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"Guru da tecnologia" ajuda empresas com capital de risco

Sabine Kinkartz (mm)22 de julho de 2006

Hasso Plattner, um dos fundadores da gigante de software SAP, se auto-intitula "guru da tecnologia" e usa parte de sua fortuna particular para incentivar novas empresas.

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Capital de risco: alternativa para empresas em crescimento?Foto: AP

Aos 62 anos, Plattner ainda senta na ponta da mesa durante a reunião do conselho fiscal da SAP, embora ele há anos não se envolva mais nos negócios diários da empresa. Ao invés disso, ele se transformou em um dos principais mecenas e incentivadores de pesquisa no país.

Hasso Plattner hilft Start-Up-Firmen
Hasso Plattner: um dos fundadores da SAPFoto: picture-alliance / ZB

Para ajudar a tirar mais pessoas do sofá, o empresário fundou o Instituto Hasso Plattner, na Universidade de Potsdam e criou um fundo de risco de 50 milhões de euros, com 80% dos recursos provenientes de sua fortuna pessoal.

Os chamados fundos de risco ou venture capital são verbas emprestadas sem a cobrança de juros. A vantagem para o credor só existe se a empresa vai bem e ele entra na divisão dos lucros. Capital de risco é, normalmente, a única maneira que algumas companhias conseguem para sair do chão, uma vez que os bancos se recusam a fornecer empréstimos a tamanho empreendimento tecnológico de alto risco.

Sentados, comendo biscoitos

Falar em dificuldades empresariais e financeiras deixa Plattner fora de si: "Queremos, sim, ser bem-sucedidos neste país, mas fazemos todo o possível para nos atrapalharmos a ponto de que o que mais acabamos fazendo é ficar sentados na frente da televisão comendo biscoitos. A situação chegou a esse ponto".

Plattner fundou a SAP, uma empresa que se transformou em um grupo gigante do setor. A revista Time Magazine Europe afirmou em uma edição recente que o empresário é a personalidade mais importante e influente do setor de TI.

Na Alemanha, diz Plattner, "não há falta de talento", diz Plattner. "O que precisamos é da fundação e crescimento de muitas, muitas companhias. Algumas delas podem não sobreviver, mas outras sim".

Controle de qualidade

As duas primeiras companhias a se beneficiarem do fundo de Plattner são a Inchron e a Facton, ambas selecionadas entre aproximadamente 300 interessadas. "Estamos frente a um futuro promissor com esta parceira. Não é a primeira vez que trabalhamos com capital de risco. Mas agora precisamos de um parceiro com o qual possamos negociar nossos produtos mundialmente", diz Peter Heuell, presidente da Inchron".

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Não falta talento na Alemanha, mas iniciativaFoto: picture-alliance/ ZB

Antes de fundar a empresa, Heuell e o diretor de tecnologia da Inchron, Ralf Münzenberger, participaram de um projeto de pesquisa na Universidade de Nürnberg-Erlangen, que criou softwares auxiliares de controle de qualidade em produtos eletrônicos.

"Eles podem estar em telefones celulares, máquinas de lavar ou em carros. Todos estes pequenos auxiliares eletrônicos com processadores dentro têm algo em comum: eles têm que funcionar na hora certa e com rapidez", explica Münzenberger. "Oferecemos aos consumidores um software para que possam testar e aumentar a estabilidade de seus sistemas".

Parque high-tech simula novos negócios

Computer CeBIT USA
Empresas precisam de mais facilidade para obter apoioFoto: AP

As companhias beneficiadas pelos recursos de Plattner podem também fazer parte do Parque Tecnológico Potsdam. A idéia, segundo o bilionário Plattner, é a de fomentar um intercâmbio entre as empresas. "Trata-se de criar um ambiente onde os empresários possam ser intelectualmente estimulados, estejam em contato com outras companhias e recebam ajuda para algumas questões do nosso serviço", explica.

Tanto o parque quando o fundo de capital de risco têm a intenção de ajudar as companhias a crescer e deixar de lado uma cultura baseada em subsídios. Plattner, ao contrário de outros financiadores alemães, se envolve pessoalmente no auxílio mentor às companhias.

"Sempre tivemos a cultura do subsídio na Alemanha e isso é a pior coisa que pode acontecer", afirma. "Metade da motivação vai embora quando alguém é subsidiado. Dar dinheiro através de capital de risco não significa subsidiar, mas possibilitar o crescimento de uma empresa".