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Guerra matou mais de 3 mil civis no Afeganistão em 2017

15 de fevereiro de 2018

Relatório da ONU aponta que conflito registrou pelo quarto ano seguido mais de 10 mil vítimas civis, entre mortos e feridos. Forças antigoverno foram responsáveis por dois terços da cifra.

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Afghanistan Beerdigung nach Anschlag
Mais de 3.400 civis afegãos foram mortos em 2017Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Baizhan

Mais de 10 mil civis foram mortos ou ficaram feridos no conflito no Afeganistão em 2017, tendo o número de vítimas de ataques aéreos dos Estados Unidos e de forças do governo aumentado, afirmou um relatório da ONU divulgado nesta quinta-feira (15/02).

No total, 3.438 civis foram mortos e 7.015 ficaram feridos, segundo dados da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama). Apesar de representarem um decréscimo de 9% em relação às vítimas civis registradas no ano anterior, os números não refletem o sofrimento que a guerra traz à população, especialmente a mulheres e crianças, aponta a ONU.

Danielle Bell, representante de direitos humanos das Nações Unidas no Afeganistão, afirmou que a redução no número de vítimas é "um passo importante", mas ressaltou que 2017 foi o quarto ano consecutivo em que foram registradas mais de 10 mil vítimas civis.

O Afeganistão está mergulhado em conflito desde 2001, quando foi invadido pelos EUA após os atentados de 11 de Setembro. As forças americanas e da Otan concluíram formalmente sua missão de combate no fim de 2014, transformando-a numa missão de treinamento. Mas recentemente o Talibã intensificou seus ataques, e um braço do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) também surgiu no país.

Em agosto passado, o presidente americano, Donald Trump, introduziu uma estratégia mais agressiva no Afeganistão, incluindo ataques aéreos. Militantes responderam com ataques em Cabul nas últimas semanas, resultando na morte de cerca de 150 pessoas.

Forças antigoverno são as que mais fazem vítimas

Forças antigoverno foram responsáveis por dois terços das vítimas, tendo o Talibã sido responsável por 42% do total, e o "Estado Islâmico", por 10%. Além disso, 13% das vítimas foram atribuídas a forças antigoverno indeterminadas.

"Ataques em que elementos antigoverno tiveram deliberadamente civis como alvo corresponderam a 27% do total de vítimas civis – em sua maior parte ataques suicidas e complexos", afirmaram as Nações Unidas em comunicado. 

Forças pró-governo, por sua vez, causaram 20% das vítimas, sendo 16% atribuídas a forças afegãs, 2% a forças internacionais, 1% a grupos armados pró-governo e 1% a forças pró-governo indeterminadas.

A campanha aérea realizada por forças internacionais e do governo correspondeu a 6% das vítimas civis em 2017, com 295 pessoas mortas e 336 feridas – o que representa um aumento de 7% frente ao ano anterior. Apesar de confrontos em solo serem a segunda principal causa de vítimas civis, eles diminuíram 19% em relação a 2016.

"Civis afegãos foram mortos ao levarem sua vida cotidiana – ao viajarem de ônibus, rezarem numa mesquita ou simplesmente passarem por um prédio que foi alvo [de um ataque]", afirmou Zeid Ra'ad al-Hussein, alto-comissário da ONU para os direitos humanos.

"Ataques do tipo são proibidos pela legislação internacional humanitária e provavelmente, na maioria dos casos, constituem crimes de guerra. Os perpetradores precisam ser identificados e responsabilizados", acrescenta.

LPF/rtr/ap/lusa

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