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Grécia anuncia nova coalizão de governo

20 de junho de 2012

Após dois meses de impasse, conservadores, socialistas e esquerda anunciaram que governarão o país juntos. Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, assumirá cargo de primeiro-ministro.

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Foto: AP

Conservadores, socialistas e esquerda formarão uma coalizão de governo na Grécia, anunciou Evangelos Venizelos, líder do partido socialista Pasok nesta quarta-feira (20/06). O conservador Antonis Samaras será o novo primeiro-ministro grego.

"A Grécia tem um governo", declarou Venizelos após três dias de negociações com Samaras, líder do Nova Democracia. Detalhes sobre a nova liderança do país serão fornecidos até a noite desta quarta-feira. Além do Pasok e do Nova Democracia, o pequeno Esquerda Democrática também faz parte da coalizão.

Os três partidos tentarão revisar o impopular resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), tirar a Grécia da recessão e, ao mesmo tempo, conceder ao país uma pausa para respirar nos mercados financeiros mundiais.

Segundo os resultados oficiais das eleições parlamentares do último domingo, o conservador Nova Democracia de Samaras conseguiu 29,66% dos votos, e a aliança de esquerda radical Syriza, 26,89%. O Pasok foi o terceiro mais votado, com 33 dos 300 assentos do parlamento. Samaras declarou possuir, portanto, a maioria no parlamento necessária para formar um governo estável.

Vassilis Rapanos, presidente do Banco Nacional da Grécia e ex-professor de economia que trabalhou para o governo quando o país adotou o euro em 2001, é cotado para ser o novo ministro das Finanças, reportou a televisão estatal grega.

Samaras prometeu congelar cortes nos salários de funcionários públicos e pensões
Samaras prometeu congelar cortes nos salários de funcionários públicos e pensõesFoto: Reuters

Saída da crise

Após dois meses de impasse político, a Grécia enfrenta pressão internacional para cumprir as reformas prometidas em troca do resgate que permitiu a sobrevivência da economia do país pelos últimos dois anos. A Grécia foi forçada a pedir ajuda duas vezes: 110 bilhões de euros em 2010 e mais 130 bilhões de euros no início de 2012.

A prioridade mais urgente do novo governo é restabelecer o contato com auditores internacionais e retomar o fluxo de empréstimos suspenso antes das eleições. Credores internacionais como a Alemanha salientaram estar dispostos a conceder à Grécia um prazo maior para alcançar a meta de reduzir seu deficit – estabelecida atualmente para 2014 –, mas que não alterarão a essência do resgate acordado em fevereiro.

O ex-ministro do Exterior formado nos EUA Samaras, de 61 anos, está, porém, sob pressão para ir mais adiante. Em sua campanha, ele prometeu que reduziria impostos sobre propriedade e sobre vendas e congelaria cortes nos salários de funcionários públicos e pensões.

Atualmente, a Grécia tem de cortar 11,5 bilhões de euros de seus gastos – o equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) – até 2014. Os partidos gregos pediram que o prazo seja estendido até 2016. A zona do euro espera que a formação do novo governo encerre o longo período de incerteza que desestabilizou os mercados do país onde a crise da dívida soberana europeia começou, em 2009, antes de se espalhar pelo continente.

LPF/dapd/afp/dpa
Revisão: Augusto Valente