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Gripe aviária favorece frango brasileiro

14 de maio de 2003

Em Berlim, ministro brasileiro conversou com ministra alemã da Agricultura. Gripe aviária parece sob controle na Alemanha, após confirmação do primeiro caso em granja próxima à Holanda.

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Granja isolada no oeste alemãoFoto: AP

Depois da doença da vaca louca, que afetou os bovinos, e da febre aftosa, entre os suínos, agora é a carne de frango que preocupa as autoridades sanitárias da Europa Ocidental. Desta vez é a influenza aviária – ou gripe aviária – que grassa há várias semanas na Holanda, obrigando à matança de 26 milhões de aves naquele país. A zoopatia (epidemia entre animais) estendeu-se às vizinhas Bélgica e Alemanha.

O caso suspeito havia sido descoberto na sexta-feira, numa granja no estado alemão de Renânia do Norte-Vestfália, na fronteira com a Holanda. Na segunda-feira (12), a União Européia determinou, entre outras medidas, a proibição de exportar ou transportar no estado aves vivas, ovos para serem chocados, os dejetos e cadáveres de aves. Estas restrições serão revistas nesta quinta-feira. Ontem (13), um laboratório confirmou que o vírus encontrado nas aves atingidas era o mesmo da epidemia que grassa na Holanda.

Com a aproximação do verão e em plena temporada de churrascos na Alemanha, a oferta de carne de frango está ameaçada, pois a exportação holandesa está proibida. De março a abril, o preço do quilo da carne de frango na Alemanha subiu cinco centavos de euro, para 7,86 euros. Já o preço do peito de peru subiu 2,3% em um mês, com tendência crescente. Segundo a Comissão Européia, em Bruxelas, o Japão já teria fechado suas fronteiras para a carne alemã de frango.

Bom momento para o Brasil

"As exportações de frango e de carne brasileira estão com ótimas perspectivas", disse o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, após um encontro com a ministra alemã da Agricultura e Defesa do Consumidor, Renate Künast, nesta quarta-feira. Luiz Fernando Furlan salientou que, de janeiro a março deste ano, a Alemanha importou do Brasil produtos agrícolas no valor de 22 milhões de dólares, o que representou um aumento de 150% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

Após um encontro da comissão de emergência do estado da Renânia do Norte-Vestfália, nesta quarta-feira, a secretária de Agricultura, Bärbel Höhn, manifestou-se aliviada com os resultados negativos em 300 testes para o vírus, coletados numa área de dez quilômetros em volta da granja isolada na última sexta-feira. Ao todo, 84 mil aves foram sacrificadas preventivamente no estado.

A União Européia (UE) vai se pronunciar amanhã sobre o pedido da Alemanha de vacinação em massa das aves. "Não vemos problemas em vacinar animais em parques zoológicos ou espécies ameaçadas de extinção, pois o mesmo já foi permitido na Holanda", disse a porta-voz de David Byrne, comissário de Defesa do Consumidor da UE. A Comissão, todavia, não vê necessidade de vacinar todos os frangos e galinhas no estado atingido, já que não foram constatados novos casos da doença.

O consumidor não corre perigo de contaminação. Segundo a secretária Bärbel Höhn, o vírus se propaga através da respiração e das penas das aves doentes, com os quais o consumidor normal não têm contato. Já quem trabalha diretamente com os animais doentes corre perigo de contágio, como o caso de um veterinário holandês falecido em abril, vitimado por uma infecção causada por um subtipo do vírus Influenza A, que causa a gripe aviária.

Por outro lado, o Instituto Robert Koch, de Berlim, aconselha a vacinação preventiva de quem tiver contato com os animais doentes. Informa ainda, em sua página na internet, que o agente causador da atual zoopatia na Europa é diferente do que em 1977 e em março último acometeu várias pessoas em Hong Kong. Da mesma forma como no caso do veterinário falecido na Holanda, nos casos asiáticos não ocorreu contaminação entre seres humanos.