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Greves custaram 2 milhões de dias de trabalho na Alemanha

3 de março de 2016

Pelas contas de sindicatos, 2015 foi o ano com maior número de dias parados em mais de duas décadas. No total, mais de 1 milhão de trabalhadores cruzaram os braços em todo o país.

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Foto: picture-alliance/dpa/F.Rumpenhorst

Maquinistas, pilotos, comissários de bordo, educadores, entregadores: para quem vive na Alemanha, a impressão é de que, em 2015, houve uma greve atrás da outra.

Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (03/02) mostra que a impressão não está muito longe da realidade: contando todos os dias que todos os grevistas ficaram parados, chega-se à impressionante soma de mais de 2 milhões de dias de paralisação, um recorde para os últimos 20 anos.

Pelas contas da Fundação Hans Böckler, que é ligada aos sindicatos, cerca de 1,1 milhão de pessoas cruzou os braços em algum momento de 2015. O número é alto, mas não é fora do comum: em quatro dos últimos nove anos houve mais de 1 milhão de grevistas. A diferença é que, em 2016, eles ficaram mais tempo parados.

Um dado curioso é que a maioria dos grevistas é ligada ao sindicato IG Metall: são 885 mil. Só que eles pararam por pouco tempo, em alguns casos por apenas algumas horas. Já os grevistas do sindicato Verdi, mesmo sendo em menor número, são responsáveis por cerca de 1,5 milhão dos 2 milhões de dias parados – ou seja, as paralisações deles são mais longas.

Greves de educadores e de entregadores estão entre as mais longas de 2015, mas as que ficaram na memória da maioria da população – talvez por terem atingido muita gente – são as da companhia aérea Lufthansa e da empresa ferroviária Deutsche Bahn.

Apesar do alto número de dias parados, a Alemanha está bem atrás de outros países europeus quando o assunto é cruzar os braços. Na França, por exemplo, são 132 dias de paralisação para cada mil trabalhadores, na média de 2005 a 2014. Na Dinamarca são 124. Já na Alemanha a proporção é de apenas 52 dias parados para cada grupo de mil pessoas, segundo cálculos do instituto econômico IW, que é ligado à indústria.

Para chegar a esse número, o IW utiliza uma outra metodologia e exclui paralisações de poucas horas. Assim, pelas contas do instituto, os trabalhadores cruzaram os braços em apenas 960 mil dias de trabalho em 2015.

AS/dpa/afp