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"Grande dia na história da liberdade"

lk17 de junho de 2003

Os 50 anos da revolta popular de 17 de junho de 1953 na RDA são comemorados sob o signo de uma revalorização dos acontecimentos.

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Johannes Rau destaca significado do levante popular na RDAFoto: AP

O presidente da Alemanha, Johannes Rau, foi o principal orador no ato festivo com que o parlamento (Bundestag) e a câmara alta do Legislativo (Bundesrat) rememoraram em Berlim o levante popular de 17 de junho de 1953 na República Democrática Alemã (RDA), homenageando em especial as vítimas da brutal repressão pelos tanques soviéticos.

Ressaltando a coragem cívica e o desejo de liberdade que levaram as pessoas às ruas, 50 anos atrás, Rau lamentou que, durante muito tempo, as ocorrências de então não tenham sido devidamente valorizadas no oeste da Alemanha, inclusive por motivos ideológicos.

Neste ponto, aliás, houve concordância com os demais oradores, Wolfgang Thierse, presidente do Bundestag, e Wolfgang Böhmer, governador da Saxônia-Anhalt e atual presidente do Bundesrat. Os discursos dos três representantes do Estado pautaram-se por uma reavaliação do levante que, de uns anos para cá, esteve a ponto de cair no esquecimento.

Início de um longo desenvolvimento

Ainda que o 17 de junho tenha começado — como outros movimentos revolucionários — com exigências materiais, o que importa, analisa Rau, é que logo tenham se seguido as aspirações por liberdade e mudanças políticas. O espírito que moveu os manifestantes naquele distante dia, na Alemanha comunista, era o mesmo que voltou a irromper com nova força em 1989. No espaço de quatro décadas, homens e mulheres da RDA conseguiram impulsionar dois grandes movimentos pela liberdade, acentuou o presidente, acrescentando que "não há exemplo igual na história alemã".

Tanto Rau como os demais oradores traçaram uma linha, a partir de 17 de junho de 1953, passando pelas rebeliões na Hungria, em 1956, na Tchecoslováquia, em 1968 e pelo movimento Solidariedade, na Polônia, na década de 80. "Sempre e em toda parte, tratou-se de uma insurreição contra a restrição dos direitos de liberdade do indivíduo", ressaltou Böhmer. Foi um longo caminho até a revolução pacífica de 1989, que conduziu finalmente à meta e culminou com a queda do Muro de Berlim. Assim sendo, "o 17 de junho de 1953 é um dos grandes dias na história da liberdade na Alemanha", concluiu o presidente, para quem o dia deveria ter um novo espaço na memória dos alemães.