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Sociedade

12 de julho de 2007

Apesar do boicote das organizações turcas, a segunda Cúpula de Integração estipula metas concretas para integrar imigrantes, chamando diversos setores da sociedade à responsabilidade pelo problema da exclusão social.

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Cúpula sela plano multilateral de integraçãoFoto: AP

A segunda Cúpula de Integração, realizada nesta quinta-feira (12/07), em Berlim, selou um compromisso multilateral entre governo, comunidades de imigrantes, representações religiosas, associações, sindicatos e órgãos de mídia, a fim de impulsionar a integração da população (de ascendência) estrangeira na sociedade alemã.

Apesar de organizações turcas descontentes com as recentes emendas à lei de imigração não terem comparecido ao encontro, elas também se comprometeram a realizar sua parte neste plano multilateral pela integração.

Educação e trabalho

O governo federal alemão vai liberar cerca de 750 milhões de euros por ano para incentivar a integração. Esta quantia deverá ser empregada sobretudo para melhorar o grau de instrução e o domínio do idioma alemão entre os jovens (descendentes de) imigrantes.

Até 2010, o governo se propõe a criar – em cooperação com as confederações econômicas – 10 mil novas vagas de profissionalização em empresas dirigidas por migrantes. Além de prever incentivo especial a mulheres, o governo federal vai criar postos de aconselhamento online e investir em abrigos femininos, a fim de combater os casamentos forçados.

Especificidade cultural

Em nível estadual, as autoridades planejam medidas educacionais específicas para os escolares (filhos de) imigrantes. Isso inclui maior atenção no tratamento de crianças que não dominem o idioma alemão ao serem escolarizadas, e formação especial de professores para esta tarefa. A meta dos estados federados é reduzir ao máximo o índice de desistência escolar entre os imigrantes. Outras medidas deverão facilitar o acesso ao sistema de saúde e atentar para especificidades culturais nas ofertas para a terceira idade.

Os municípios se comprometeram a elevar a participação de estrangeiros nos cargos administrativos. Com a criação de administrações especiais de bairro, as autoridades pretendem reforçar sua presença em focos de conflito social. O combate à xenofobia e ao extremismo também será prioridade dos municípios.

Organizações de imigrantes mediam

A Comunidade Turca da Alemanha e a Federação Turca de Pais se comprometeram a iniciar uma campanha de instrução e estimular os pais a valorizarem mais a formação de seus filhos. Outras organizações de estrangeiros se dispuseram a orientar as autoridades em caso de violência familiar contra mulheres muçulmanas ou cooperar com museus em programas culturais específicos para jovens imigrantes.

As câmaras de comércio e indústria se propuseram o oferecer uma orientação especial para empresas e jovens estrangeiros. Os sindicatos pretendem incentivar a discussão de problemas de imigração nos conselhos das empresas. Os órgãos de mídia participantes da cúpula mostraram interesse em abordar com mais intensidade o tema da imigração e integrar migrantes em suas emissoras.

Apesar do boicote das associações turcas, a premiê alemã, Angela Merkel, considera este segundo encontro um avanço histórico na política alemã de imigração. A terceira Cúpula de Integração, marcada para o terceiro trimestre de 2008, deverá avaliar até que ponto autoridades, representantes empresariais e sindicais, associações religiosas e de imigrantes cumpriram os 400 pontos de compromisso assumidos nesta quarta-feira, em Berlim. (sm)