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Governo e rebeldes prometem respeitar cessar-fogo na Síria durante feriado

25 de outubro de 2012

Mas ambos os lados se reservam o direito de reagir a ataques. ONU saúda aquela que pode ser a primeira pausa num conflito que já dura 19 meses e matou milhares de pessoas.

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Foto: PHILIPPE DESMAZES/AFP/Getty Images

As Forças Armadas sírias e os rebeldes confirmaram nesta quinta-feira (25/10) que vão respeitar o cessar-fogo durante os quatros dias da celebração muçulmana Eid al Adha (Festa do Sacrifício), que começa nesta sexta. Entretanto, ambos os lados reservam-se o direito de responder a agressões.

Os anúncios foram bem recebidos pela ONU. O porta-voz do secretário-geral Ban Ki-moon lembrou que o mundo estará observando a Síria para ver se o acordo realmente será cumprido. O cessar-fogo foi proposto pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi.

As Forças Armadas anunciaram sua decisão pela televisão. "Por ocasião do Eid al Adha o comando das Forças Armadas sírias anuncia a interrupção das operações militares em todo o território a partir de sexta-feira de manhã até segunda-feira", diz o comunicado.

Após o anúncio do governo, o Exército Livre da Síria, principal grupo rebelde, respondeu positivamente. "Vamos respeitar o cessar-fogo a partir de sexta-feira se os militares sírios fizerem o mesmo", afirmou o general Mustafa al Sheikh.

Contudo, tanto as Forças Armadas quanto os rebeldes disseram que só respeitarão o cessar-fogo se nenhum lado atacar. Os militares declararam que reagirão "caso os grupos terroristas armados continuarem a disparar contra civis, contra as forças governamentais, a atacar os bens públicos e privados ou a utilizar carros-bombas e explosivos."

Al Sheikh fez a mesma ressalva. "Se dispararem uma única bala, vamos responder com cem." Além disso, salientou que não fala em nome de todos os rebeldes. "Não há um comando unificado de todas as facções. Nós falamos em nome de um grande número de combatentes, mas há exércitos que seguem outros comandos", declarou.

No dia 12 de abril deste ano, um cessar-fogo proposto pelo antecessor de Brahimi, Kofi Annan, e confirmados pelos dois lados, não foi respeitado. Se os dois grupos cumprirem suas palavras, esta será a primeira pausa no conflito que já dura 19 meses e fez mais de 30 mil mortos, segundo cálculos de grupos oposicionistas.

CN/afp/rtr/lusa/ap
Revisão: Alexandre Schossler