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Governo da Bolívia nega vínculo com LaMia

3 de dezembro de 2016

Ministro da presidência boliviana nega relação entre governo Morales e diretor-geral da companhia aérea que operava voo da Chapecoense. Dirigente da empresa foi piloto do avião presidencial.

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Flugzeug Lamia Avro RJ85
Foto: Reuters/M. Varley

O ministro da presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, negou neste sábado (03/12) que o governo tenha relação com o diretor-geral da LaMia, companhia aérea responsável pelo voo que transportava a equipe da Chapecoense e caiu na Colômbia.

O diretor-geral da LaMia, Gustavo Vargas Gamboa, foi piloto do avião presidencial boliviano entre 2001 e 2007, período que abrange dois anos do primeiro mandato do atual líder do país, Evo Morales.

"Queremos assinalar de maneira categórica que não há nenhum tipo de relação do governo com a empresa", disse Quintana.

O ministro informou que Vargas, general retirado da Força Aérea da Bolívia, começou a pilotar o avião presidencial durante o mandato do ex-presidente Hugo Banzer, em 2001. Depois, seguiu no cargo nos governos de Jorge Quiroga, Gonzalo Sánchez de Lozada, Carlos Mesa e Eduardo Rodríguez Veltzé.

Ele pediu a aposentadoria em 2007, no segundo ano da gestão de Moraléz, disse o ministro, e, desde então, teve apenas "algum contato esporádico" com o presidente. "Não existe mais nenhum vínculo com o general Vargas", reiterou Quintana.

Tráfico de influência?

O ministro disse ainda que a Promotoria e uma comissão de investigação comandada pelo Ministério de Obras Públicas, responsável pelo tráfego aéreo, devem averiguar o vínculo entre o general reformado e o diretor de registro nacional da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), Gustavo Vargas Villegas. "Me chama atenção que o filho do general Vargas seja o responsável por conceder as licenças. Me pergunto se houve tráfico de influência", questionou o ministro.

Quintana também repetiu as declarações do próprio Morales, que disse nesta sexta-feira que não sabia que a LaMia tinha matrícula boliviana.

No entanto, segundo o jornal boliviano Los Tiempos, Quintana admitiu que no último dia 16 de novembro Morales e ele voaram no mesmo avião da LaMia que se acidentou com a equipe da Chapecoense, para a inauguração de uma obra a convite do governador do departamento de Beni.

O avião do modelo Avro RJ85 que transportava a delegação da Chapecoense para disputar a final da Copa Sul-Americana na Colômbia caiu na madrugada desta terça-feira na montanha El Gordo, quando se aproximava do aeroporto de Medellín. A tragédia deixou 71 mortos e seis sobreviventes. As autoridades bolivianas retiraram a licença da LaMia.

LPF/efe/ots