Perigo nuclear no Paquistão
29 de dezembro de 2007O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, manifestou preocupação com o risco de as armas nucleares do Paquistão poderem cair em mãos erradas caso a desestabilização do país venha a se agravar.
"As armas nucleares não devem cair nas mãos de terroristas islamitas. Apesar da atual situação instável, não há ainda risco concreto (de que isso possa acontecer), mas é necessário controlar a situação para que ela se mantenha assim", afirmou Steinmeier ao jornal Bild Am Sonntag.
"Estamos conversando com as Nações Unidas, os Estados Unidos e os países europeus para ver o que podemos fazer nesse sentido", acrescentou. O ministro disse que o governo alemão ficou horrorizado com o "cruel ataque" que, na quinta-feira passada, custou a vida da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.
Violência
De acordo com o Steinmeier, o atentado terrorista criou uma situação que pode desembocar na mais grave crise da história do Paquistão. Ele apelou aos políticos paquistaneses para que trabalhem unidos no combate aos fundamentalistas islâmicos.
A violência cresceu no Paquistão desde a morte de Bhutto. Motins em todo o país causaram aos menos 33 mortos entre esta quinta-feira e sábado e aumentaram a incerteza em relação às eleições legislativas e provinciais marcadas para o próximo dia 8 de janeiro.
O programa nuclear do Paquistão remonta ao início dos anos 70, mas ganhou força com a adesão e o comando do cientista Abdul Qadeer Khan, em 1976. Ele usou uma rede clandestina internacional para obter o material necessário para o enriquecimento de urânio.
Em 1998, o governo paquistanês anunciou ter feito seu primeiro teste nuclear. Especialistas internacionais estimam que o país tenha entre 20 e 50 ogivas nucleares. (as)