1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Governo alemão proíbe venda de "boneca espiã"

18 de fevereiro de 2017

Autoridades aconselham pais a destruir o brinquedo "Minha Amiga Cayla", que pode ser usado por hackers para espionar crianças. Brinquedo falante equipado com Bluetooth pode ouvir e falar.

https://p.dw.com/p/2XnuT
Equipada com dispositivos digitais, boneca Cayla é capaz de ouvir e falar com crianças Foto: picture alliance/PA Wire/N. Ansel

A Agência Alemã de Redes (Bundesnetzagentur) proibiu nesta sexta-feira (17/02) a venda da boneca falante Minha Amiga Cayla, que pode ser usada por hackers para espionar crianças. O governo também aconselhou pais e responsáveis a destruir o brinquedo.

A boneca falante equipada com Bluetooth pode e ouvir e falar com as crianças e apresenta brechas de segurança. O governo alemão proíbe o uso ilícito de equipamentos de radiotransmissão em brinquedos.

"Objetos que escondam câmeras de transmissão ou microfones e transmitem informações involuntariamente ameaçam a privacidade das pessoas. Isso também se aplica a brinquedos infantis", explicou em comunicado Jochen Homann, presidente da agência alemã responsável pelas telecomunicações.

"A boneca Cayla está proibida na Alemanha. Isso é ao mesmo tempo uma forma de proteger as pessoas mais vulneráveis", acrescentou. As autoridades alemãs vão revisar outros brinquedos que tenham características semelhantes.

Brechas tecnológicas

Quando uma criança faz uma pergunta para a boneca, o dispositivo envia o áudio via Wireless para um app digital que traduz o som em texto e faz busca na internet pela resposta, que é falada pela boneca.

Um defeito no software da boneca foi descoberto em janeiro de 2015, o que gerou reclamações na Europa e Estados Unidos, mas o problema não foi solucionado. A fabricante Genesis Toys diz em seu site que Cayla "não é programada para expressar, mostrar ou dizer palavras ou imagens que sejam inapropriadas para as crianças verem e ouvirem".

O alerta das autoridades alemãs foi divulgado depois de o estudante Stefan Hessel, da Universidade de Saarland, levantar implicações legais sobre o funcionamento do brinquedo.

A Organização Europeia do Consumo apoia a decisão, mas criticou o fato de que os consumidores terão dificuldades para conseguir compensação. A chefe da asssociação, Monique Goyens, disse que as leis precisam acompanhar os desenvolvimentos digitais para lidar com ameaças, como hackers, fraude e espionagem. 

KG/afp/dw