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Google demite funcionário acusado de sexismo

8 de agosto de 2017

Empregado causa furor dentro da empresa ao afirmar que mulheres são biologicamente menos capazes do que os homens de trabalhar e serem bem-sucedidas na indústria de tecnologia de informação.

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Foto: Picture alliance/dpa/O.Spata

A Google demitiu um funcionário que questionou a capacidade profissional de suas colegas ao afirmar que mulheres são menos aptas à informática por razões biológicas. "Temos de parar de assumir que diferenças entre os gêneros implicam sexismo", escreveu o engenheiro, num manifesto interno divulgado no fim de semana pelo site Gizmodo.

O engenheiro James Damore confirmou sua demissão à imprensa americana nesta terça-feira (08/08) e ameaçou a empresa com um processo. A Google, assim como outras empresas de TI, comprometeu-se publicamente a adotar medidas que ajudem a diversificar sua força de trabalho.

O presidente da Google, Sundar Pichai, interrompeu suas férias por causa da repercussão do caso. "A suposição de que uma parte de nossos empregados possui características que a torna biologicamente menos capacitada para trabalhar na empresa é ofensiva e não é correto [fazer isso]", disse.

"Isso é contra os nossos valores básicos e nosso código de conduta, que espera que cada googler [funcionário da empresa] dê o melhor de si para criar uma cultura de trabalho que seja livre de constrangimento, intimidação, preconceito e discriminação", completou.

"Monocultura do politicamente correto"

Pichai também se referiu à liberdade de expressão dentro da empresa e afirmou que muito do que consta na declaração do funcionário é passível de ser debatido, "independentemente de uma grande maioria de googlers discordar disso ou não".

No seu texto, intitulado A câmara de ressonância ideológica da Google, o empregado afirmou que, na cultura empresarial ideologizada da empresa, não é possível defender uma opinião discordante de forma aberta. "Os preconceitos de esquerda da Google criaram uma monocultura do politicamente correto que mantém sua supremacia forçando os dissidentes a sentir vergonha e se calar."

Segundo a imprensa americana, o texto de Damore causou furor dentro da empresa e foi criticado como um amontoado de estereótipos sexistas por muitos funcionários em fóruns internos. Porém, o autor também obteve o apoio de uma parte dos empregados, para quem ele mostrou coragem com sua atitude.

Pichai afirmou que "não é correto" quando muitos funcionários relutam em externar suas opiniões no local de trabalho, principalmente quando elas divergem da opinião da maioria.

"Mais inclinadas às emoções"

No seu manifesto, divulgado no fim de semana, o autor afirma que mulheres são menos resistentes ao estresse do que homens e, por isso, não conseguem chegar com tanto frequência ao topo na indústria de TI.

Para ele, mulheres são, por causa de sua natureza, mais inclinadas às emoções do que às ideias e, portanto, "causas biológicas" induzem a uma diferente distribuição de "preferências e habilidades entre homens e mulheres".

Assim, para o engenheiro, mulheres preferem trabalhar em áreas artísticas e sociais, e há mais homens que preferem escrever em linguagens de programação de computadores.

AS/afp/lusa/efe