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Genro de Trump sugeriu linha direta com russos, diz jornal

27 de maio de 2017

Fontes afirmam ao "Washington Post" que Jared Kushner, assessor do presidente, tentou estabelecer um canal de comunicação secreto com a Rússia. Discussão teria ocorrido em reunião com o embaixador russo em dezembro.

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Jared Kushner, marido de Ivanka Trump e um dos principais assessores do presidente americano
Jared Kushner, marido de Ivanka Trump e um dos principais assessores do presidente americanoFoto: Getty Images/AFP/T. Coex

O genro e um dos principais assessores do presidente americano Donald Trump na Casa Branca, Jared Kushner, teria tentando estabelecer um canal de comunicação secreto entre a campanha do republicano e a Rússia, afirmou nesta sexta-feira (26/05) a imprensa dos Estados Unidos.

Segundo o jornal The Washington Post, o embaixador russo nos EUA, Serguei Kislyak, teria informado a seus superiores em Moscou que Kushner sugeriu a criação desse canal num encontro no início de dezembro – período de transição presidencial – na Trump Tower, em Nova York.

As revelações de Kislyak ao governo russo teriam sido interceptadas pela inteligência americana. O jornal, por sua vez, conversou com funcionários do governo em Washington que dizem ter tido acesso a essas informações.

De acordo com essas fontes, Kushner e Kislyak falaram em estabelecer um canal "secreto e seguro" utilizando instalações diplomáticas russas na capital dos EUA. O objetivo era evitar a inteligência americana ainda sob controle do governo do ex-presidente Barack Obama.

O general Michael Flynn, que mais tarde seria nomeado conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, também teria participado da reunião na Trump Tower – Flynn teve que renunciar ao cargo poucas semanas após a posse justamente por ter mentido sobre seus contatos com Kislyak.

Ainda segundo o Washington Post, Kislyak teria ficado surpreso com a sugestão do genro de Trump, uma vez que envolveria um funcionários dos EUA utilizando equipamentos russos na embaixada ou consulado em Washington – uma atividade que significaria riscos para os dois governos.

As informações também foram publicadas pelo jornal The New York Times, que conversou com três fontes próximas ao caso sob condição de anonimato. Segundo elas, a criação de um canal secreto serviria para os dois governos discutirem estratégias na Síria e outras questões políticas e de segurança. O canal de comunicação nunca foi estabelecido, acrescentaram as fontes.

A Casa Branca chegou a confirmar a reunião entre Kushner e o embaixador russo em março, minimizando sua importância. O FBI, no entanto, considera o encontro importante para as investigações que apuram a suposta interferência russa nas eleições de 2016, bem como vínculos entre a campanha de Trump e o Kremlin, segundo disseram fontes ao Washington Post.

Na quinta-feira, o mesmo jornal publicou que o genro do presidente, que é casado com Ivanka Trump, é alvo de interesse do FBI, apesar de não ser formalmente investigado.

O advogado de Kushner, Jamie Gorelick, disse em comunicado na sexta-feira que seu cliente está disposto a cooperar com as investigações do FBI no que diz respeito aos laços com a Rússia.

"Kushner já havia se oferecido anteriormente para compartilhar com o Congresso o que sabe sobre essas reuniões, e fará o mesmo se for contactado em ligação com qualquer outro inquérito", afirmou o advogado, mencionando as investigações realizadas também pelo Congresso americano.

EK/afp/ap/dpa/efe/ots