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Futuro da metrópole entre tradição e transformação

(sv)15 de maio de 2005

Congresso de urbanistas em Berlim discute "megacidades com megaproblemas" e reúne representantes de metrópoles de todo o mundo, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro.

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Prefeito de Berlim: discussões sobre o futuro das grandes cidadesFoto: AP

Os problemas que atingem o espaço urbano – tanto nas regiões mais ricas quanto nas mais pobres do planeta – costumam ocupar um dos primeiros lugares nas listas de prioridades dos governos. No ano de 2007, metade da população mundial estará vivendo em regiões urbanas. Em 2015, as chamadas megacidades terão ao todo nada menos que 600 milhões de habitantes.

Rede de especialistas

Nos últimos três dias (13 a 15/5), representantes de 37 grandes cidades do planeta e prefeitos de 22 delas estiveram reunidos em Berlim durante o Congresso "Metropolis", discutindo o futuro da metrópole "entre tradição e transformação". Um dos objetivos do encontro, segundo os organizadores, é construir pontes entre urbanistas e administradores de cidades situadas em regiões diversas do planeta, mas que geralmente enfrentam dificuldades semelhantes.

"Trocar informações sobre os problemas básicos das grandes cidades" é essencial, como observou o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit. Entre estes problemas estão as dificuldades econômicas, a busca pela estabilidade social de regiões menos privilegiadas, a proteção ativa do meio ambiente e os transtornos causados por um tráfego urbano intenso.

Soluções podem ser comuns

Thailand: Blick über Hochhäuser von Bangkok
Metrópoles de países pobres: problemas em comumFoto: dpa

O objetivo da reunião de urbanistas é fazer com que uma solução para um problema na Cidade do México exposta durante o congresso, por exemplo, possa inspirar os representantes de Johannesburgo a fazer o mesmo na África do Sul. A idéia é criar redes de especialistas e fomentar o intercâmbio. O acesso à água potável, por exemplo, é um problema que atinge de forma semelhante várias cidades em todo o mundo.

Hoje, mais de 30% da população mundial urbana vive em condições de pobreza. "Temos problemas com acesso e transporte de água potável e com a poluição de rios e margens. A razão disto é a presença da indústria. Discutimos aqui como este problema poderia ser controlado através de novos postos de trabalho na área de proteção ao meio ambiente", conta Tesfaye Abate, funcionário da embaixada da Etiópia e enviado do governo de seu país ao Congresso.

Facilitar a vida

Entre os aspectos analisados no encontro está, entre outros, o uso da tecnologia para a melhoria do espaço urbano. Um dos workshops do congresso questionou, por exemplo, o que pode ser feito para facilitar a mobilidade dos habitantes nos grandes centros. Desmatamento, poluição, detritos urbanos e a busca por alternativas sustentáveis, capazes de suprir a necessidade de energia dos grandes centros urbanos, formaram outro pilar de discussão.

"Vamos dar início a um projeto de longo prazo para a cidade de Johannesburgo. Trata-se de uma peça chave para a capacidade de desenvolvimento futuro da cidade. O projeto tem a ver com o uso de várias dimensões de energia, com o tratamento da água potável e o sistema de transportes", diz Harold Annegarn, cujo projeto na África do Sul conta com o apoio do ministério alemão da Educação e Pesquisa.

Metrópoles de hoje e de amanhã

Verkehr Verkehrschaos in Jakarta Indonesien Thamrin Street
Tráfego: um dos principais problemas enfrentados pelos urbanistas. Na foto, congestionamento nas ruas de Jacarta.Foto: AP

A comparação entre soluções encontradas em países ricos e em regiões pobres do planeta completou a pauta do encontro de urbanistas. Assim, representantes de Berlim, Buenos Aires e Jacarta, por exemplo, expuseram problemas e mecanismos implementados nos sistemas de transporte de cada uma destas cidades, comparando a poluição sonora e ambiental causada pelo alto número de ônibus urbanos (Buenos Aires e Jacarta) e os níveis de segurança no transporte público nas três cidades.

O congresso em Berlim voltou ainda seus olhos para as "megacidades de amanhã" – cidades que ainda não podem ser consideradas metrópoles, mas que apresentam crescimento populacional acelerado. Prováveis causadoras de dores de cabeça nos urbanistas de amanhã.