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Funcionários públicos fazem greve contra reformas de Macron

22 de março de 2018

Paralisação contra medidas econômicas causa transtornos em trens, aeroportos e escolas. Passeatas tomam as ruas de 150 cidades do país. Em Paris e Nantes, polícia entra em confronto com manifestantes.

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Manifestação contra política de reformas do governo em Lille, no norte da França
Manifestação contra política de reformas do governo em Lille, no norte da FrançaFoto: Getty Images/AFP/P. Huguen

Funcionários públicos foram às ruas da França nesta quinta-feira (22/03) contra reformas econômicas propostas pelo presidente Emmanuel Macron, provocando paralisações no sistema de transportes em diversas regiões do país.

Três quartos dos trens intermunicipais e 60% dos trens de alta velocidade TGV não circularam devido à greve. Cerca de 30% dos voos dos aeroportos parisienses de Charles de Gaulle, Orly e Beauvais também foram cancelados devido à paralisação dos controladores aéreos.

Muitas bibliotecas, creches e escolas de ensino fundamental ficaram fechadas, enquanto outros serviços, como coleta de lixo, foram interrompidos em Paris e outras regiões.

Leia também: Como Macron e Merkel querem mudar zona do euro

Houve passeatas em cerca de 150 cidades, organizadas principalmente por ferroviários, setor que deve ser um dos mais afetados pelos planos de Macron.

Em Nantes, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água contra um grupo de pessoas encapuzadas que jogavam pedras contra as forças de segurança, embora o restante da passeata realizada na cidade tenha decorrido pacificamente.

Em Paris, a polícia registrou confrontos com jovens manifestantes e vandalismo contra lojas nos momentos que antecederam a realização das principais marchas na capital francesa.

Polícia usa canhões de água contra manifestantes em Paris
Polícia usa canhões de água contra manifestantes em ParisFoto: Getty Images/AFP/C. Archambault

Teste para Macron

As passeatas são o mais recente teste para Macron. O presidente francês enfrenta queda de popularidade e tenta levar adiante uma nova etapa da sua agenda de reformas, cortando privilégios de empregados da companhia ferroviária estatal SNCF e de outros serviços públicos.

Milhares de servidores públicos já realizaram uma paralisação de um dia em outubro, em protesto os planos do governo de cortar 120 mil empregos do setor público até 2022, assim como de congelar salários e facilitar terceirizações – medidas que, segundo os sindicatos, removerão a segurança no emprego.

Milhares de aposentados foram às ruas de todo o país na quinta-feira passada contra a perda de seu poder de compra e do aumento de impostos sobre aposentadorias.

Sondagens mostram que, embora a maioria dos franceses apoie os protestos, uma maioria ainda maior é a favor das reformas, incluindo os cortes no setor público e a ideia de introdução de pagamentos baseados em mérito e produtividade.

Isso levou o governo, que reformulou as leis trabalhistas no ano passado e prepara uma série de outras reformas para o seguro-desemprego, a dizer que não mudará seus planos, enquanto mantém um olhar atento nos protestos.

Os projetos de reformas abrangentes e aceleradas de Macron afetam diversas categorias e representam um risco para a popularidade do presidente mais jovem que a França já teve. Assim como os trabalhadores do setor público, ele irritou os aposentados, aumentando os impostos sobre as aposentadorias, além de implementar uma impopular redução do limite de velocidade nas principais estradas do país.

O índice de aprovação de Macron está em 37%, de acordo com uma pesquisa do grupo Ipsos publicada nesta quarta-feira, contra 55% de reprovação ­– o nível mais alto desde o início de seu mandato no ano passado.

MD/afp/efe/dpa/rtr

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