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França encerra investigações sobre morte de Yasser Arafat

3 de setembro de 2015

Magistrados franceses descartam denúncia de assassinato do ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina por falta de provas. Viúva insiste que seu marido foi envenenado com polônio em 2004.

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Ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina Yasser Arafat ao lado da esposa, Suha Arafat, em foto de 1994Foto: picture-alliance/dpa

Magistrados franceses encarregados da investigação sobre a morte do ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina Yasser Arafat descartaram a denúncia de assassinato por falta de provas e encerraram as apurações, nesta quarta-feira (02/09).

"No final do inquérito, não se chegou à conclusão de que o senhor Yasser Arafat foi assassinado por envenenamento por polônio-210", decretaram os três juízes, de acordo com o promotor do tribunal de Nanterre, perto de Paris.

Advogados da viúva do ex-líder palestino, Suha Arafat, têm argumentado que a morte de Arafat foi um assassinato político e afirmaram que recorrerão da decisão do tribunal. "A falta de investigação leva inevitavelmente à conclusão de que não há provas suficientes", disseram os advogados, pedindo que mais especialistas fossem questionados.

Arafat morreu num hospital militar de Percy, próximo da capital francesa, aos 75 anos em novembro de 2004, depois de desenvolver dores de estômago enquanto estava em suas dependências na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

Uma investigação foi aberta em agosto de 2012, a pedido da viúva. Os restos mortais foram exumados e examinados separadamente por especialistas franceses, russos e suíços. Um laboratório da cidade suíça de Lausanne testou amostras biológicas retiradas de pertences de Arafat que foram dados à viúva após sua morte, e encontrou "níveis anormais de polônio".

Mas os especialistas não chegaram a afirmar que Arafat foi envenenado. Peritos franceses afirmaram que os isótopos de polônio-210 e chumbo-210, encontrados no túmulo de Arafat e nas amostras, eram de "caráter ambiental".

O chefe da comissão de inquérito da Autoridade Nacional Palestina se recusou, nesta quarta-feira, a aceitar as conclusões dos juízes. O comitê, porém, ainda precisa oferecer as próprias conclusões sobre a morte do ex-líder palestino, vencedor conjunto do Prêmio Nobel da Paz de 1994.

"Nós vamos continuar nossa investigação para chegarmos ao assassino de Arafat. Continuaremos até sabermos como Arafat foi morto", disse Tawfiq Tirawi, da comissão.

PV/afp/rtr