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Fracassa boicote de consumo contra carestia

(am)1 de julho de 2002

Seis meses depois da introdução das cédulas e moedas do euro, cerca da metade dos alemães ainda continua insatisfeita com o novo dinheiro, segundo pesquisas de opinião.

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Movimento foi normal no comércio alemãoFoto: Bilderbox

Todas as previsões de críticos pessimistas, no início do corrente ano, revelaram-se falsas. Não houve o caos prognosticado, nem as longas filas nos bancos, nem caixas automáticos vazios. Ao contrário, os alemães aceitaram a nova moeda muito mais rápido do que se pensava, ainda que muitos continuem fazendo a conversão mental dos preços para o antigo marco alemão.

Desde o início do ano, o Bundesbank, banco central alemão, recolheu cédulas e moedas do marco alemão no valor equivalente a 132 bilhões de euros. Mas no final de maio, ainda existia – segundo os cálculos do Bundesbank – um total de 9,6 bilhões de euros em circulação, sob a forma do extinto marco alemão. Supõe-se que o dinheiro se encontre em grande parte no estrangeiro, de onde retornará pouco a pouco a Frankfurt. À exceção de um determinado volume de moedas, guardado por colecionadores de todo o mundo.

Boicote de consumo

Porém, a aceitação do euro não significou também que a nova moeda tenha ganhado a simpatia dos alemães. Embora as taxas de inflação tenham caído, o euro ganhou a fama de provocar carestia. Diversos institutos de pesquisa econômica analisaram o fenômeno e conseguiram explicá-lo: embora, no cômputo geral, os preços tenham caído, inúmeros abusos de remarcação de artigos de consumo diário – especialmente gêneros alimentícios – suscitaram nos consumidores a impressão falsa.

Nas semanas passadas, surgiu na internet alemã uma conclamação anônima de boicote ao consumo no dia 1º de julho de 2002, exatamente seis meses depois da introdução do euro. A idéia expandiu-se com rapidez: correntes de e-mail fizeram com que o boicote ganhasse aparentemente um número crescente de adeptos.

As centrais de defesa dos consumidores manifestaram-se contrárias à ação. Segundo elas, um boicote geral de consumo atinge o comércio varejista em seu todo, não sendo instrumento apropriado para "punir" os comerciantes que aproveitaram a troca da moeda para aumentar ilicitamente os preços das mercadorias. Na época atual, em que o varejo enfrenta a sua pior crise do pós-guerra, o boicote geral de consumo poderia provocar danos ainda maiores, argumentaram as entidades.

Segundo o porta-voz da Federação do Comércio Varejista Alemão, Hubertus Pellengahr, a ação de protesto acabou não obtendo a repercussão que os seus iniciadores desejavam. Durante toda a segunda-feira, foi inteiramente normal o movimento nas lojas. Os clientes foram atraídos também por ofertas especiais de algumas das grandes cadeias de lojas, oferecendo descontos de 30% nos seus preços normais.