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Formação prática x estudos superiores

lk29 de agosto de 2003

Quem faz um curso profissionalizante na Alemanha corre menos risco de ficar desempregado. Já quem concluiu um curso superior volta a se empregar mais facilmente.

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Aprendizes na DaimlerChryslerFoto: AP

Fazer e concluir um curso superior não é, necessariamente, uma garantia de estabilidade no emprego. Esta é uma das conclusões a que chegou o Centro de Pesquisa Econômica Européia (ZEW), sediado em Mannheim, num estudo em que analisou a relação entre formação e trabalho na Alemanha, no período entre 1997 e 1999.

Trabalhadores especializados têm mais estabilidade

Quem corre o menor risco de perder o emprego, entre os profissionais alemães, são os trabalhadores com formação especializada, sobretudo os que têm o título de mestre. A ameaça de ficar sem trabalho é maior para operários sem qualificação. Para os que concluem um curso superior, o risco se situa entre esses dois extremos, sendo que os que freqüentaram uma escola de tecnologia se encontram em melhor situação do que os universitários.

Por outro lado, o ZEW constatou que a possibilidade de voltar a se empregar aumenta proporcionalmente ao grau de formação, ou seja, encontrar um emprego de novo é mais fácil para quem tem diploma de curso superior.

Uma possível explicação para os fatos constatados é que um relacionamento com a prática — como no caso dos trabalhadores especializados e técnicos — concede maior estabilidade na situação de trabalho. Mas a flexibilidade dos acadêmicos, decorrente de conhecimentos mais diversificados adquiridos nos estudos, os ajuda a se recolocar no mercado de trabalho.

Sistema dual

As conclusões do estudo confirmam a importância de uma formação profissionalizante abrangente, como a que é oferecida na Alemanha aos que não desejam fazer um curso superior. Cerca de 70% dos jovens nascidos num mesmo ano, após concluir a escola média, optam por um aprendizado numa das 390 profissões ou ofícios reconhecidos.

Terminada a 9ª série (até onde vai a obrigatoriedade escolar mínima), ou a 10ª, e após encontrar um posto numa empresa do ramo desejado, o jovem passa por um aprendizado que pode durar de dois a três anos e meio, dependendo da profissão. Três a quatro dias por semana ele vai à empresa, onde se dá a formação prática. Nos dias restantes, o aprendiz freqüenta uma escola profissionalizante onde lhe são transmitidos conhecimentos teóricos e uma formação geral.

Após anos de profissão, o oficial (título de quem concluiu um aprendizado num ofício) pode fazer um aperfeiçoamento e prestar novos exames que o promovem a mestre. Este é — ainda, pois existem propostas no sentido de introduzir mudanças — precondição para poder abrir uma empresa no setor correspondente (por ex., de instalações elétricas, marcenaria, oficina mecânica) e formar por sua vez aprendizes.