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Bundeswehr pode servir de campo de treinamento a islamistas

8 de março de 2015

Serviço secreto militar acredita que fundamentalistas muçulmanos estejam se alistando na Bundeswehr para adquirir aptidões de combate, como no caso dos terroristas de Paris. Chefe do órgão propõe investigar recrutas.

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Foto: picture-alliance/W. Minich

O Serviço de Contrainteligência Militar (MAD) da Alemanha alerta que radicais islâmicos poderiam estar se infiltrando nas Forças Armadas nacionais a fim de adquirir treinamento armado.

"Vemos o perigo de que a Bundeswehr seja indevidamente usada como campo de formação para islamistas dispostos à violência", declarou o presidente do MAD, Christof Gramm, ao jornal Die Welt.

Já foram identificados mais de 20 ex-soldados da Alemanha que comprovadamente viajaram para as regiões de conflitos fundamentalistas na Síria e no Iraque. Não são conhecidos casos semelhantes envolvendo soldados na ativa, assegurou Gramm.

O chefe do serviço secreto da Bundeswehr recordou que os autores do atentado de janeiro em Paris também eram militarmente treinados, acrescentando que o número de pessoas suscetíveis a ideologias extremistas não tende a diminuir. Portanto as instituições militares precisam se preparar para essa ameaça.

Legalmente, o MAD só é responsável pelos membros ativos das Forças Armadas alemãs. Antes do alistamento, ou seja, durante o processo de candidatura nos centros de recrutamento, o órgão só pode aconselhar, mas não investigar os futuros soldados.

"Se um radical islâmico relativamente inteligente se apresenta, querendo ocultar os motivos reais de seu interesse [pela carreira militar], é quase impossível evitar que ele se aliste."

Gramm defende que seu serviço receba mais competências, ficando apto a realizar uma espécie de "checagem básica" dos candidatos ao recrutamento. "Gostaríamos de verificar se há dúvidas sérias quanto à lealdade dos futuros soldados para com a Constituição", explicou.

AV/rtr/afp/dpa