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Flensburg

DW (lk)4 de abril de 2008

Situada a cinco quilômetros da fronteira com a Dinamarca, Flensburg denota influências claras do país vizinho. Parte da população é constituída por minoria dinamarquesa.

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Vista do portoFoto: http://www.flensburg.de/

"Já estamos na Dinamarca?" Esta é com certeza a pergunta mais freqüente dos visitantes que chegam a Flensburg pela primeira vez. Por toda parte ouvem-se pessoas conversando em dinamarquês. Nas bancas de jornais, o dinamarquês Flensborg Avis é oferecido ao lado dos diários alemães. As bolachas que acompanham nas confeitarias as xícaras de café servido "à moda dinamarquesa" são "de Copenhague".

O país vizinho faz parte do cotidiano na cidade mais setentrional da Alemanha, situada a apenas cinco quilômetros da fronteira com o país escandinavo. E uma parte da população é composta por uma minoria dinamarquesa. Há motivos históricos para tal.

Rei da Dinamarca foi regente de Flensburg

Foi justamente sob o domínio da coroa dinamarquesa que Flensburg passou por uma primeira fase de florescimento, no século 16. A cidade, situada no ponto em que se abre um longo braço que constitui o ponto mais ocidental do Mar Báltico, tinha então 5 mil habitantes. Com sua frota de 200 navios, Flensburg tinha importância comercial maior do que Hamburgo ou Copenhague na época.

Como acontecia com todas as cidades mercantis importantes, Flensburg era cobiçada. Inúmeros foram os conflitos entre os defensores das dinastias de Holstein e os que queriam manter a cidade sob o domínio dinamarquês. Esses conflitos escalaram até a eclosão de uma guerra em 1864.

Em conseqüência do conflito armado, a região de Schleswig-Holstein tornou-se província do Reino da Prússia, integrando, a partir de 1871, o Império Alemão. A atual delimitação foi estabelecida após a Primeira Guerra Mundial: o norte de Schleswig foi para a Dinamarca, Flensburg passou a situar-se na fronteira entre os dois países.

Europa unida

Terminada a Segunda Guerra Mundial, a preocupação conjunta de alemães e dinamarqueses era a reconstrução. A convivência entre os dois povos ao longo da fronteira tornou-se um modelo para a Europa unida que só viria muitos anos mais tarde. As minorias nacionais foram integradas à sociedade respeitando-se sua identidade cultural, um modelo do qual a população de Flensburg se orgulha.

Como os modos de vida alemão e dinamarquês convivem tão harmonicamente na cidade, Flensburg foi escolhida para abrigar o Centro Europeu para Questões das Minorias (European Centre for Minority Issues).

Vestígios de capítães e comerciantes

As construções típicas de Flensburg são originárias do tempo do domínio dinamarquês, quando floresceu o comércio e os navios regressavam ao porto da cidade abarrotados de mercadorias.

Nas partes mais baixas, ao longo do porto, erguiam-se os celeiros, onde se armazenavam em vários andares as mercadorias, elevadas com o auxílio de guindastes. Mais para cima, alinhavam-se nas ruas os casarões onde residiam e trabalhavam os armadores e os comerciantes.

Duas alas laterais, com os escritórios, armazéns e equipamentos de beneficiamento, eram separadas por uma entrada larga por onde entravam e saíam os veículos que transportavam as mercadorias sacolejando pelas pedras do calçamento. Nos andares superiores, ficavam os aposentos das famílias.

Até as águas são internacionais

Em tempos mais recentes esses casarões, com seus amplos pátios internos, foram restaurados. Muitos abrigam hoje ateliês de artistas, restaurantes, casas de vinho e barzinhos. Cada um desses pátios tem sua própria fonte de água. E mesmo essas águas são um exemplo de convivência entre europeus. Provenientes de glaciares noruegueses, elas afloram à superfície em Flensburg, contribuindo para a fama da cerveja, do rum e de outras bebidas produzidas na cidade.