Fischer vê trégua como passo indispensável no Oriente Médio
18 de fevereiro de 2002O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, e seu colega da Grã-Bretanha, Jack Straw, visitaram Israel e os territórios palestinos na semana passada. Os dois relataram os resultados dos seus contatos durante a reunião rotineira mensal dos titulares da pasta da União Européia, realizada nesta segunda-feira (18), em Bruxelas. Os ministros europeus trataram da questão, mas não desenvolveram nenhuma nova iniciativa para a paz no Oriente Médio.
À margem da conferência de Bruxelas, o ministro alemão afirmou à imprensa que "sem um cessar-fogo, nós veremos uma escalada, que não terá vencedores". Ele advertiu para a necessidade de uma posição internacional conjunta em relação ao conflito do Oriente Médio. Com exceção de alguns extremistas, tanto israelenses como palestinos sabem que a solução só pode ser encontrada na coexistência de dois Estados. "Os dois lados sabem o que fazer para acabar com a guerra e a violência", declarou Fischer. O ministro alemão conclamou novamente à elaboração de uma posição conjunta dos Estados Unidos, da União Européia, do Egito, da Jordânia e das Nações Unidas, para convencer israelenses e palestinos a retornarem à mesa de negociações.
Embaixador critica UE
O embaixador israelense na Alemanha, Shimon Stein, criticou severamente a política de União Européia para o Oriente Médio. As "inúmeras declarações" de políticos dos diversos países membros da UE não servem para fomentar a confiança de Israel nos europeus, segundo o diplomata. Já existem suficientes sugestões de como buscar uma solução para o conflito, disse Shimon Stein. Em vez disto, a União Européia deveria buscar uma atuação mais intensa no campo diplomático.
O embaixador israelense recomendou à União Européia a busca de algumas posições conjuntas com os americanos. "Nada será possível sem um papel de liderança da política externa norte-americana no Oriente Médio", disse Stein. Os europeus devem, a seu ver, demonstrar modéstia e contentar-se com um papel diplomático apenas complementar no Oriente Médio.