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Fim do mandato finlandês à frente da UE

Bernd Riegert (av)25 de dezembro de 2006

Em 1º de janeiro de 2007, a Alemanha assume a presidência da UE. Sua base será o trabalho realizado pela antecessora, a Finlândia. O que alcançou este país frio e um tanto peculiar em seis meses de presidência rotativa?

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Angela Merkel (esq.) e Tarja HalonenFoto: AP

Finlândia: 55 mil lagos, bosques infinitos, alces, renas, gente tranqüila com uma paixão pela vodka e pela música heavy metal. Assim a presidência finlandesa do Conselho da União Européia apresentou seu país, em meados de 2006, iniciando um mandato de seis meses.

Um tanto excêntricos, porém muito pragmáticos, o primeiro-ministro Matti Vahanen e sua discreta equipe comandaram os assuntos políticos da UE. Somente o idioma finlandês, com suas numerosas vogais dobradas, impunha certa dificuldade.

Matti Vanhanen Ministerpräsident Finnland
Premiê Matti VanhanenFoto: AP

Não por muito tempo: inspirado pela pergunta de um correspondente de rádio em Bruxelas, o conselho colocou imediatamente na internet um serviço de apoio fonológico, garantindo que os nomes do premiê Vanhanen, do ministro do Exterior Erkki Tuomioja e da presidente Tarja Halonen fossem pronunciados perfeitamente em toda a Europa.

Crise do Líbano em vez de aproximação russa

As relações com a Rússia deveriam ser um foco da presidência rotativa, pela proximidade geográfica mesma entre a Finlândia e o gigante energético. Porém antes o ministro das Relações Exteriores Tuomioja precisou empregar suas artes diplomáticas na crise do Líbano.

Finnland EU Gipfel in Lahti
Lago Vesijaervi, em Lahti, FinlândiaFoto: AP

De fato, as relações com a Rússia pioraram durante o mandato finlandês, O assassinato não-esclarecido da jornalista Anna Politkovskaia em Moscou, o conflito russo com a Geórgia, a recusa da Polônia de negociar com o Kremlin um novo acordo de cooperação: todos estes fatores se opuseram aos planos de Helsinque.

Apesar disto, o premiê Vanhanen saiu do encontro com o presidente russo Vladimir Putin durante a cúpula em Lahti com a certeza de que, a longo prazo, seus dois países unirão as forças. "A Rússia também precisa de nossos mercados. Eles precisam de nós como nós precisamos deles em diversos setores. Há uma profunda dependência mútua, que serve a ambos os lados", lembrou o chefe de governo finlandês.

O "milagre de Bruxelas"

No final de sua presidência, os finlandeses ainda lograram realizar o "milagre de Bruxelas", comentou o periódico italiano La Repubblica, quando Erkki Tuomioja conseguiu aglutinar a União Européia numa postura comum perante a Turquia.

As negociações para ingresso daquele país no bloco europeu foram desaceleradas, já que Ancara não cumpre as promessas feitas. O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, não poupou elogios. "O mérito foi também de uma presidência empenhada, que várias vezes aproximou os partidos envolvidos."

Nestes seis meses foram aprovadas duas leis gigantescas: a diretriz de prestação de serviços, ampliando o mercado interno para este setor; e a diretriz REACH, relativa a substâncias químicos, e que cuidará por maior segurança na indústria química e no meio ambiente.

Verbas e latim

A Finlândia igualmente iniciou ou deu continuidade a numerosas outras iniciativas na política de pesquisa. Muito se fez, por exemplo, no tocante às tarifas da telefonia celular e à administração de freqüências. "Foi uma presidência realmente muito eficiente", sumariza a comissária da UE para Telecomunicações, Viviane Reding.

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'Nunca fica realmente claro no inverno...'Foto: AP

O chefe da diplomacia finlandesa, Tuomioja, mantém-se, contudo, modesto. Ele sabe que seu sucessor, a Alemanha, poderá movimentar bem mais, devido a seu tamanho. "Continuamos sempre trabalhando e chega-se a consensos. Porém nenhuma presidência – quer se trate de um país grande, quer pequeno – pode fazer milagres. Um país grande pode, no máximo, decidir pagar mais. O dinheiro tem um significado, e a Alemanha é o maior contribuinte líquido", analisou o ministro.

O próprio povo finlandês admite de si: "Como no inverno da Finlândia nunca fica claro de verdade, às vezes temos idéias estranhas". Uma delas foram os comunicados de imprensa sobre os conselhos de ministros em latim. Um mero capricho, ao que tudo indica. "Conventus Ministrorum inofficialis: Cooperatio Europaea in professionali educationie et exercitatione. Ministri communicationem Helsinkiensem comprobaturi sunt, qua adumbratur, qualis politica communis ad professionalem educationem et exercitationem pertinens annis proximis futura sit."