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Final vê o adeus de um dos últimos ícones do futebol-arte

Gabriel Fortes8 de julho de 2006

No último jogo de sua carreira, Zinedine Zidane é a esperança única de "toques mágicos" na decisão da Copa, neste domingo, em Berlim, contra a Itália.

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Pela última vezFoto: AP

A Copa do Mundo marcada pelos fortes esquemas defensivos, pela baixa média de gols e pela ausência de grandes revelações reservou na sua final espaço para um único craque. E fez com que o destino promovesse a maior e melhor festa de despedida de um dos últimos ícones do futebol-arte.

Zinedine Zidane, aos 34 anos, chega ao fim de seu caminho como jogador de futebol neste domingo, contra a Itália, oferecendo o que tem de melhor para dizer adeus em grande estilo. Ele é o brilho único de um torneio tecnicamente de baixo nível.

Zizou carregou o seu país nas costas em 1998, liderando-o nos 3 a 0 sobre o Brasil e ultrapassando o lendário Michel Platini para assumir o mais alto status na galeria histórica dos craques franceses. Mas ele quer mais. Zidane ressurgiu após meses em baixa, e nas finais na Alemanha mostrou que ainda é o mesmo.

WM 1998 Fußball Frankreich Brasilien
Craque na final de 98Foto: AP

Marcou um golaço nos incríveis 3 a 1 sobre a Espanha nas oitavas-de-final. Distribuiu "chapéus", dribles e desfilou em campo no 1 a 0 em cima dos brasileiros, nas quartas. E conduziu o velho time francês na vitória simples sobre Portugal, mas semis, com um gol de pênalti.

"Ele é um dos únicos jogadores, atualmente, que fazem valer o preço pelo ingresso do jogo", afirmou o volante italiano Gattuso, provável marcador do francês. "É impossível anular o Zidane. É preciso arriscar, mas deve-se contar um pouco de sorte e fazer o sinal da cruz", emendou.

Palco armado

Esta já é a Copa de Zidane, e o troféu sendo erguido na noite berlinense deste domingo é o cenário imaginado por ele como um fim à altura do que fez até hoje no futebol. Se o roteiro for cumprido, esta provavelmente não será a sua última taça: o camisa 10 é o virtual dono do prêmio de melhor jogador do ano, entregue em dezembro, e que seria o quarto de sua carreira.

Até existiram candidatos que tentaram concorrer ao seu reinado na Alemanha. Mas Zizou derrubou-os um por um. Ronaldinho Gaúcho não lhe fez sombra, David Beckham tampouco. Michael Ballack tentou, assim como outros, mas não conseguiu. Totti, com a 10 da Itália nas costas e responsável pela parcela mínima de belo futebol de sua equipe, é o último do caminho.

"Eu quero ir até o final. Este sentimento é maravilhoso, e eu quero aproveitar até o fim. Vou jogar pelos que sempre acreditaram e vou me doar em campo", avisou o francês, reverenciado por companheiros de equipes, adversários, torcedores e críticos.

O bicampeonato mundial da França está desenhado nas palavras do craque e nas réplicas de seu treinador Raymond Domenech: "O país aposta nele. Ele significa muito para o nosso povo, e vencer mais uma Copa seria a glória. Por isso eu digo: ele ainda não chegou ao seu fim".

Guerra

O clássico do futebol mundial que decide a Copa na Alemanha tem uma história de lágrimas e glórias que remonta ao Mundial de 1938, na França. Os donos da casa foram eliminados pela Itália nas quartas-de-final com uma derrota por 3 a 1.

As equipes voltaram a se enfrentar em 1978, na Argentina, e a Itália levou a melhor novamente: 2 a 1 na primeira fase. Em 86, no México, começou a virada francesa. A equipe comandada por Platini eliminou o rival nas oitavas, vencendo por 2 a 0.

Marcello Lippi Italien Coach Porträt WM 2006 Fußball
Lippi quer marcar o futebolFoto: AP

A isso segui-se uma vitória dramática nos pênaltis, nas quartas-de-final da Copa de 98, em Paris. E, dois anos mais tarde, uma nova vitória heróica, agora na final da Eurocopa, na Holanda, com uma vitória de virada por 2 a 1 construída nos acréscimos do segundo tempo e na prorrogação.

"Eles (França) venceram uma Copa do Mundo e um Campeonato Europeu, enquanto a geração atual de italianos só chegou perto disso tudo. Nós não vencemos nada ainda, e na final vamos sentar em volta de uma mesa detalhadamente preparada e vamos ver quem está mais faminto", disse o técnico Marcelo Lippi, que viu o seu time levar apenas um gol até agora nesta Copa e que briga para fazer de seu país tetracampeão mundial.

ITÁLIA x FRANÇA

Data: 9/7/2006 (Domingo)

Local: Estádio Olímpico, em Berlim

Horário: 20h (15h de Brasília)

Árbitro: Horacio Elizondo (Argentina)

Auxiliares: Dario Garcia e Rodolfo Otero (ambos argentinos)

Itália

Buffon; Zambrotta, Materazzi, Cannavaro e Grosso; Gattuso, Pirlo, Camoranesi, Perrotta e Totti; Toni

Técnico: Marcelo Lippi

França

Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Makelele, Vieira, Malouda, Zidane e Ribery; Henry

Técnico: Raymond Domenech