Fim da Kombi, fim de uma era
VW do Brasil anuncia o fim da produção da Kombi no país. Com mais de 1,5 milhão de unidades produzidas, após 56 anos, a Kombi tem a história de maior longevidade na indústria automobilística mundial.
Última edição
Tudo o que é bom chega ao fim. Com o lançamento da Kombi Last Edition, a Volkswagen (VW) anunciou o final da produção da Kombi para dezembro de 2013. Terminam assim mais de 60 anos da história de sucesso do utilitário no Brasil. Desenvolvida pelo holandês Ben Pon, a Kombi foi lançada na Alemanha em 1950. A foto mostra miniaturas dos primeiros modelos da célebre van, no Museu da VW em Wolfsburg.
Primeiro carro nacional
A partir de 1953, Fuscas e Kombis passaram a ser montados no Brasil com peças importadas da Alemanha. Em setembro de 1957 a Kombi se tornou, mesmo antes do Fusca, o primeiro carro a ser produzido no país pela fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo. Começou assim a história de maior longevidade da indústria automobilística mundial. Na foto, a primeira Kombi com 50% de componentes nacionais.
Primeiro fora da Alemanha
Quatro anos mais tarde, em 1961, a Kombi já tinha 95% de componentes nacionais. O utilitário da VW foi o primeiro veículo produzido pela marca no Brasil e também o primeiro fora da Alemanha. Na foto, uma Kombi fabricada pela Volkswagen do Brasil em 1959. A primeira versão brasileira tinha um motor de quatro cilindros refrigerado a ar – mas que, apesar da robustez, tinha apenas 30 cv de potência.
"Vou de Kombi"
Na Alemanha, o modelo VW Bus T2 ficou conhecido por "Bulli" e, no Brasil, por "Kombi". Ele se destacou pela versatilidade, sendo adotado tanto para o transporte de cargas quanto de passageiros. Para alguns, o utilitário também serviu de moradia. Como nesta Kombi adaptada em casa-escritório, por exemplo: um casal de brasileiros pretende percorrer mais de 200 mil quilômetros por quatro continentes.
Veículo combinado
O nome Kombi é uma abreviação, adotada no Brasil, do termo em alemão Kombinationsfahrzeug, que em português significa "veículo combinado" ou "combinação do espaço para carga e passeio". Com amplo espaço interno e capacidade para transportar uma tonelada de carga, a Kombi foi amplamente aceita no mercado nacional e, a partir de 1970, também foi exportada para mais de cem países.
Fórmula de sucesso
Segundo a Volkswagen do Brasil, um dos pontos fortes da comercialização da Kombi foi sua fácil adaptação para os mais diversos tipos de uso: além de ter presença assídua em feiras e canteiros de obra, a Kombi também foi usada como veículo de lazer, biblioteca circulante, carro funerário, lanchonete etc. Talvez a versão mais lembrada seja a van escolar. Na foto, a Kombi funciona como ambulância.
Resistente, simples e econômico
"Engenharia alemã encontra modo de vida brasileiro". Essa parece ter sido a fórmula do sucesso do utilitário da VW no Brasil. Resistente, econômico e de mecânica simples e fácil manobra, mais de 1,55 milhão de unidades da Kombi foram produzidas no Brasil entre setembro de 1957 e julho de 2013. A foto mostra a linha de montagem da Kombi na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo.
Diversas modernizações
Em seus 56 anos de vida, a Kombi passou por diversas modernizações. Em 1992, tornou-se o primeiro utilitário nacional equipado com catalisadores. Em 1997, chegou ao mercado com teto mais alto, porta lateral corrediça e sem parede divisória atrás do banco dianteiro. Além das versões com janelas de vidro ou furgão, a Kombi também foi fabricada como pick-up, com cabine simples (foto) ou cabine dupla.
Mais flexível
No final de 2005, a Kombi se tornou mais flexível, recebendo um motor capaz de rodar com gasolina, etanol ou com a mistura dos dois. Além disso, com resfriamento a líquido, o motor se tornou até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico do que o antecessor, refrigerado a ar. Na foto, pode-se ver uma Kombi 2006 com motor 1.4 Total Flex.
Relação custo-benefício
A foto mostra um modelo 2005 com motor refrigerado a ar ao lado de um modelo 2006 com motor com refrigeração a água, mais econômico, mais silencioso e mais rápido. Para muitos, a fórmula do sucesso da Kombi é simples: durante décadas, nenhum modelo de utilitário brasileiro apresentou uma relação custo-benefício tão boa. Com o passar dos anos, no entanto, a idade da Kombi começou a pesar.
Peso dos anos
Apesar da robustez, a Kombi se tornou ultrapassada frente às vans e minivans atuais, levando a Volkswagen a anunciar o fim de sua fabricação no Brasil. Em parte, o culpado também foi o seu sucesso, já que em décadas passadas a marca alemã evitou adotar mudanças substanciais no popular veículo. O golpe de misericórdia veio com a obrigatoriedade dos freios ABS e airbags, a partir de 2014.
Saia e blusa
Marcando o encerramento da produção de um dos modelos de maior sucesso da marca no Brasil, a VW lançou em agosto a Kombi Last Edition, com produção limitada a 600 unidades. A edição traz itens exclusivos como a pintura azul e branca tipo "saia e blusa" e elementos que remetem às inúmeras versões do veículo fabricadas no país. Um sucessor para o popular utilitário ainda não foi anunciado.