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Corrupção na Fifa?

21 de outubro de 2010

Nigeriano Amos Adamu e taitiano Reynald Temarii foram afastados do Comitê Executivo sob suspeita de corrupção. Quatro outros altos funcionários da Fifa encontram-se também suspensos até esclarecimento das acusações.

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Adamu e Temarii: tentativa de venda de votoFoto: picture-alliance/Pressefoto ULMER/DW-Montage

A Fifa suspendeu dois membros de seu Comitê Executivo, sob a acusação de venda de votos para a escolha das sedes dos Mundiais de 2018 e 2022. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (20/10) na sede da Fifa em Zurique, na Suíça.

Claudio Sulser, responsável pelo Comitê de Ética do principal órgão do futebol mundial, disse que Reinald Temarii, presidente da Confederação de Futebol da Oceania e ex-jogador do Nantes, na França, e Amos Adamu, da Federação de Futebol da Nigéria, foram suspensos por 30 dias de todas as atividades relacionadas com futebol. A decisão definitiva deverá ser tomada em meados de novembro.

Sulser está investigando as denúncias levantadas pelo jornal inglês Sunday Times, de que ambos teriam oferecido a venda de seus votos para a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e de 2022. A votação secreta no Comitê Executivo da Fifa, composto por 24 membros, acontece no próximo dia 2 de dezembro.

Disfarçados, repórteres do jornal teriam gravado conversas com os acusados. De acordo com o jornal, Temarii teria cobrado o equivalente a 1,6 milhão de euros por seu voto em prol da construção de uma academia de futebol em Auckland.

Adamu foi filmado enquanto pedia o equivalente a 580 mil euros por seu voto. O dinheiro, que deveria ser encaminhado a ele pessoalmente, seria aplicado em campos de futebol.

Além dos EUA, a Austrália, o Japão, a Coreia do Sul e o Catar concorrem para sediar o Mundial de 2022. Para o de 2018, há quatro candidatos europeus: Inglaterra, Rússia, bem como as candidaturas conjuntas da Bélgica com a Holanda e da Espanha com Portugal.

"Dia triste"

Além de Adamu e Temarii, a Fifa suspendeu temporariamente mais quatro altos funcionários: Slim Aloulou (da Tunísia), Amadou Diakite (do Mali), Ahongalu Fusimalohi (Tonga) e Ismael Bhamjee (Botsuana), todos acusados de violarem os estatutos da Federação, bem como o código de ética e disciplina do órgão.

Tanto o presidente da Fifa, Joseph Blatter, quanto o presidente da Comissão de Ética da Federação, Claudio Sulser, afirmaram se tratar de "um dia triste para o futebol".

O suíço revidou as acusações de que a Fifa seria uma organização corrupta por excelência e garantiu que a confiança no órgão será restabelecida o mais rápido possível. "O futebol é um jogo e num jogo há sempre bons e maus jogadores. Vivenciamos agora o lado ruim do futebol. O lado bom é que reagimos imediatamente e tomamos decisões rápidas", disse Blatter.

A Fifa pretende manter, contudo, o 2 de dezembro como data para a divulgação das sedes das Copas de 2018 e 2022. "Ainda não falamos sobre um possível adiamento. No momento, não há discussão a respeito", afirmou o secretário-geral da Federação, Jèrôme Valcke.

SV/dpa/ap/SID/rts
Revisão: Roselaine Wandscheer