1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Veneza exibe produções hollywoodianas e cinema político

30 de agosto de 2012

Entre os três mais importantes festivais de cinema do mundo, Veneza assume novo perfil sob a direção de Alberto Barbera. Longa da diretora indiana Mira Nair abriu 69ª edição do festival fora da mostra competitiva.

https://p.dw.com/p/160KR
Foto: Getty Images

Mira Nair diz que seu novo filme, exibido na noite de quarta-feira (29/08) em Veneza, é uma possibildade de "diálogo entre os EUA e os países islâmicos, entre Oriente e Ocidente". The reluctant fundamentalist narra a história do jovem paquistanês Changez Khan.

Após estudar na universidade norte-americana de elite de Princeton, embarca numa carreira meteórica como auditor de uma empresa em Nova York, e conhece uma simpática jovem norte-americana. Ele mal pode acreditar na felicidade de estar ,assim, vivendo o American dream. Porém aí vêm os atentados de 11 de setembro de 2001, e a vida de Changez se esfacela. O filme já começa depois dessa virada, quando ele está sob suspeita de filiação com terroristas no Paquistão.

A saga de um paquistanês que, hostilizado nos EUA, acaba supostamente passando para "o outro lado" não parece muito original como tema. Porém Nair insere novas reviravoltas, tornando seu "fundamentalista relutante" um tanto mais complexo. Além disso, através de belas imagens dos universos opostos por onde transita seu protagonista, a indiana também encena um drama universal de seres humanos em busca da própria identidade. "Pertenço às duas culturas, aos dois mundos, por isso quis fazer este filme", explica a diretora.

Cena de "The reluctant fundamentalist", de Mira Nair, que abriu o festival
Cena de "The reluctant fundamentalist", de Mira Nair, que abriu o festivalFoto: Mira Nair

"Inovação e excelência"

Até 8 de setembro, o Festival de Veneza irá exibir um total de 18 longas na mostra competitiva, entre outros de diretores como Brian De Palma, Paul Thomas Anderson e Terrence Malick. Segundo o presidente do júri, o diretor norte-americano Michael Mann, o vencedor desta edição terá que trazer "inovação e excelência".

Entre as coproduções alemãs desta edição está o longa Wadjda, da diretora saudita Haifaa Al-Mansour. Segundo o produtor alemão do filme, Gerhard Meixner (Paradise now,Valsa com Bashir), trata-se do primeiro longa-metragem de ficção rodado na Arábia Saudita.

O roteiro narra a história de uma garota que tenta, apesar das rígidas convenções da sociedade local, seguir seu próprio caminho. "O filme reproduz a realidade com considerável exatidão. E mostra principalmente o dia-a-dia e os problemas das mulheres no país", afirmou Meixner antes da exibição de do filme na mostra paralela Orizzonti.

Ocidente x Oriente: temática recorrente

Outra coprodução alemã presente em Veneza é Paradies: Glaube (Paraíso: Crença), do diretor austríaco Ulrich Seidl, sobre uma mulher católica que tenta converter as pessoas a seu redor. Quando seu marido, egípcio e muçulmano, retorna à casa, tem início uma verdadeira guerra pessoal em torno de temas como casamento e religião. Em mostra paralela está a única produção 100% alemã do festival: Du hast es versprochen (Você prometeu), filme de estreia da diretora Alexandra Schmidt.

O Brasil participa este ano somente com o curta O afinador, de Fernando Camargo e Matheus Parizi, sobre um jovem afinador de pianos que sonha ser músico.

Veneza é o mais antigo festival de cinema do mundo. Seu novo diretor, Alberto Barbera, afirmou que pretende resgatar a importância do evento para a indústria cinematográfica, no sentido de fomentar a compra e venda de licenças de distribuição que ocorrem paralelamente ao festival.

"Wadjda", coprodução alemã exibida em Veneza
"Wadjda", coprodução alemã exibida em VenezaFoto: RazorFilm

SV/dw/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente