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Ex-senador Gim Argello é condenado em processo da Lava Jato

13 de outubro de 2016

Juiz Sérgio Moro condena ex-parlamentar do PTB a 19 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução às investigações. Argello recebeu mais de 7 milhões de reais em propina para travar CPI, diz sentença.

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Brasilien Senator Gim Argello
Foto: CC-by-NC-flicker/Senado Federal

O juiz federal Sérgio Moro condenou nesta quinta-feira (13/10) o ex-senador Gim Argello a 19 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução às investigações da Operação Lava Jato. O político, que era filiado ao PTB, foi preso em abril durante a 28ª fase da operação.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Argello recebeu propina, entre abril e dezembro de 2014, para deixar de convocar empresários para depor na antiga CPI da Petrobras, que apurava crimes cometidos contra a estatal. Na época, ele era o vice-presidente da comissão.

Na sentença, Moro afirma que Argello teria pedido cerca de 30 milhões de reais, tendo recebido pelo menos 7,3 milhões de reais das empreiteiras, valor que foi utilizado na campanha eleitoral de 2014. O juiz ainda determinou a devolução desse montante – 7,3 milhões de reais – ao Congresso.

"Durante o ano de 2014, crescia a preocupação da sociedade com as revelações do esquema criminoso da Petrobras, o que levou à constituição da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras. O condenado, ao invés de cumprir com seu dever, aproveitou o poder e a oportunidade para enriquecer ilicitamente, dando continuidade a um ciclo criminoso", disse o juiz federal.

Durante as investigações, dois empresários admitiram que pagaram propina ao ex-senador: Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia.

De acordo com os depoimentos, os repasses foram feitos por meio de doações eleitorais oficiais a partidos indicados por Argello, e de uma transferência de 350 mil reais a uma igreja no Distrito Federal, base eleitoral do então senador.

Pessoa e Pinheiro foram condenados nesta quinta-feira no mesmo processo, a 10 anos e seis meses e nove anos e oito meses de prisão, respectivamente. O empresário Walmir Pinheiro, também da UTC, foi condenado a nove anos e oito meses de reclusão.

Por falta de provas, Moro decidiu absolver os assessores do ex-senador, Paulo Cesar Roxo e Valério Neves Campos, que também eram réus, bem como o filho de Argello, Jorge Afonso Argello Júnior, e os executivos da OAS Dilson de Cerqueira Paiva Filho e Roberto Zardi Ferreira.

EK/abr/ots