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Ex-foragido esquenta campanha eleitoral na França

Estelina Farias5 de fevereiro de 2002

Antigo político do PRP é preso no Caribe e levado de volta a Paris depois de ameaçar revelações sobre o envolvimento do presidente francês em escândalo de propinas.

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Presidente Jacques Chirac em campanha para reeleiçãoFoto: AP

Um ex-foragido da Justiça jamais foi esperado com tanta expectativa e nervosismo em Paris quanto Didier Schuller, de 54 ano. Ele foi preso na República Dominicana e levado de volta a Paris, nesta terça-feira (05), depois de sete anos de sumiço. O retornado é motivo de grande preocupação e alvoroço principalmente no Palácio Eliseu do presidente da França, Jacques Chirac, candidato a reeleição no pleito marcado para dentro de dois meses e meio.

O antigo político do partido do chefe de Estado - União pela República (RPR) - havia anunciado que quer fazer revelações sobre o escândalo de propinas na construção de apartamentos para pessoas carentes quando Chirac era prefeito de Paris. Isso pode colocar o presidente francês em maus lençóis em plena campanha eleitoral para reeleição, com conseqüências políticas provavelmente desastrosas.

Por quê Schuller retornou exatamente agora à França, depois de ser procurado durante sete anos com mandado internacional de prisão? Para muitos aliados do presidente Chirac, o primeiro-ministro socialista, Lionel Jospin, contribuiu para isso. Jospin é candidato à sucessão de Chirac, que ambiciona um segundo mandato. Além disso, em 2002 serão realizadas eleições para a Assembléia Nacional, onde a oposição direitista gostaria de reconquistar a maioria.

Indignado, o ex- primeiro-ministro neogaulista Alain Juppé acusou os socialistas do governo Jospin de fazerem uma campanha suja contra o presidente Chirac e de "mexerem na merda". O assessor do RPR, Patrick Devedjian, foi ainda mais longe acusando os socialistas de usarem "métodos totalitários" para derrotar o adversário. O governo socialista deu uma resposta lacônica através do ministro para Questões Européias, Pierre Moscovici: "A direita tem medo da derrota e também da verdade".