Mulheres européias
9 de março de 2007Pouco antes do início do encontro de cúpula da União Européia e por ocasião do 30° Dia Internacional da Mulher, a chanceler federal alemã Angela Merkel inaugurou, na quinta-feira (08/03) em Bruxelas, a exposição "Européias", onde a fotógrafa alemã Bettina Flitner retrata 65 famosas mulheres do continente.
Na exposição, concebida como acompanhamento do mandato da Alemanha na presidência da UE, não faltou o retrato da própria Angela Merkel, primeira mulher a presidir o Conselho Europeu desde Margaret Thatcher, em 1986.
Famosas, corajosas e européias
Durante três anos, Bettina Flitner viajou por 21 países europeus, retratando 65 mulheres corajosas e poderosas que influenciaram seu continente: ativistas de direitos humanos, políticas, artistas e cientistas.
Além de Merkel, a fotógrafa alemã Bettina Flitner retratou a ex-presidente do Parlamento Europeu, Simone Veil; a antiga ministra italiana das Relações Exteriores, Susanna Agnelli; a ativista holandesa de direitos humanos de origem somali, Ayaan Hirsi Ali; a feminista alemã Alice Schwarzer e 60 outras mulheres européias que não pensaram somente em si, mas que foram "para além de suas fronteiras", explica a fotógrafa.
Pequenas rugas contornam os olhos de Angela Merkel na foto em preto e branco feita por Bettina Flitner. "Eu não gosto de ser fotografada", afirmou Merkel no vernissage da exposição em Bruxelas. Isto não a impediu, no entanto, de ser retratada. "Angela Merkel não gosta de perder tempo com representações superficiais", explica Flitner, ao lembrar-se do dia em que tirou a foto.
Chances iguais
Merkel declarou para um público feminino, em sua maioria, que a exposição acentuaria também o caráter especial de sua presidência do conselho dos chefes de governo na UE: "A Alemanha detém a presidência do conselho e a chanceler federal da Alemanha é uma mulher".
"Afinal de contas, Europa também foi um personagem feminino", comentou a chanceler. Merkel acrescentou que, apesar disso, a porcentagem feminina nos parlamentos europeus é somente de 23%. "Se temos apenas 15% de mulheres nos cargos de liderança das áreas de Ciências e somente 10% nas de Economia, algo tem que ser feito".
Merkel ressaltou a necessidade de uma melhor compatibilidade entre família e profissão. Neste contexto, a chanceler federal alemã fez referência à Estratégia de Lisboa para o Crescimento e Emprego da União Européia, que trata tais questões e que é um dos temas do encontro de dois dias dos chefes de Estado e governo da UE, presidido por Merkel, que se encerra nesta sexta-feira (09/03) em Bruxelas.