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Europa reage ao avanço da gripe aviária na Turquia

(rw)8 de janeiro de 2006

Focos da doença em pessoas na região de Ancara, no centro, e em aves em Istambul, no oeste do país, preocupa nações vizinhas. Importação de produtos avícolas da região está proibida na UE. Alemanha adverte turistas.

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Foto: dpa - Bildfunk

O ministério da Saúde da Turquia havia confirmado no domingo (08/01) focos de infecção da gripe aviária também na parte do país que fica em território europeu, em aves da região de Istambul. Pela primeira vez, o perigoso vírus H5N1 foi identificado em três pessoas das proximidades da capital, Ancara. Entre os doentes, estão duas crianças que teriam brincado com luvas contaminadas.

De 28 amostras examinadas no final de semana, cinco haviam sido positivas para o H5N1. Os dois outros casos provêm do leste do país, onde na última semana morreram três crianças da mesma família, que vivia em estreito contato com as aves doentes. Em duas delas, foi identificado o vírus letal.

Aumento constante de casos

Nesta segunda-feira, as autoridades turcas confirmaram 14 novas contaminações em seres humanos. Fontes não oficiais, entretanto, declararam que há 100 suspeitas de contaminação com o vírus letal.

Em virtude da grande quantidade de imigrantes turcos que vivem na Alemanha, cresce o clamor para que sejam intensificados os controles nos aeroportos e nas fronteiras, principalmente o transporte de animais.

O ministro da Saúde, Horst Seehofer, já pensa em uma nova obrigatoriedade de confinamento de aves domésticas a partir de março. Ele ofereceu a ajuda de virologistas alemães a Ancara. Roland Stahl, porta-voz da Associação de Programas de Saúde, exigiu maior controle em aeroportos e estações ferroviárias.

Vogelgrippe Türkei - Desinfektion von Autos
Desinfecção de veículos próximo a uma região de quarentenaFoto: dpa

O Ministério de Defesa do Consumidor adverte quem pretende viajar à Turquia para que tome precaução. A União Européia proibiu nesta segunda-feira (9/01) também a importação de penas não tratadas de seis países vizinhos à Turquia. A importação de outros produtos avícolas da região já estava proibida. Também as autoridades sanitárias em Moscou estão advertindo os russos para que evitem viajar à Turquia. Já o Irã teria fechado suas fronteiras com a Turquia, informou Ancara.

A União Européia (UE) afirmou não ter registro em seus países-membros de contaminação com o vírus H5N1, que pode ser transmitido das aves para seres humanos. Segundo Bruxelas, desde outubro do ano passado já foram testados 25 mil animais em território da UE, mas não foi registrada nenhuma contaminação com a perigosa variante do vírus.

Preocupação internacional

No domingo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia anunciado que pelo menos 30 pessoas estavam sendo tratadas na Turquia sob suspeita de contaminação com o vírus H5N1. O ministro turco da Saúde, Recep Akdag, salientou mais uma vez que não há provas de que as vítimas turcas tenham se contaminado de pessoa a pessoa. A OMS, no entanto, adverte que, quanto mais pessoas se contaminarem, maior o perigo de mutação do vírus.

Vogelgrippe Türkei
Estes dois garotos turcos numa feira em Batman não temem a doençaFoto: dpa

Desde que foi descoberto o primeiro caso de gripe aviária na Turquia, em meados de dezembro, esta foi a primeira vez em que se detectou focos da doença entre aves também no noroeste do país. Em dois lugarejos numa província junto ao Mar Negro, foi iniciado o sacrifício de 1500 galinhas.

A existência de outros focos de gripe aviária em diversas regiões turcas levou as autoridades do país a determinar quarentenas, o extermínio em massa de animais e a proibição de comércio e de transportar aves. Também a caça a aves silvestres está proibida, pois aves migratórias que passam pelo país no outono e na primavera são consideradas transmissores da doença.

Conferência no Japão

Uma delegação da OMS viajou neste domingo ao leste da Turquia, onde pretende investigar como as vítimas podem ter se contaminado e como evitar novos casos. Após os casos na Turquia, o balanço da Organização Mundial da Saúde é de 146 pacientes humanos com a doença, distribuídos no Camboja, China, Indonésia, Tailândia, Vietnã e Turquia. O número de vítimas fatais é de 76.

Peritos da área da saúde de vários países e representantes de nações asiáticas pretendem se reunir nas próximas quinta e sexta-feira em Tóquio para trocar informações sobre medidas de prevenção e formas de evitar a disseminação em massa da doença mortal.