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Europa perde para EUA em competitividade e nível de vida

Neusa Soliz22 de novembro de 2001

A Europa investe menos do que os Estados Unidos em novas tecnologias e por isso ficou para trás em matéria de competitividade. Ela perde também na comparação do padrão de vida.

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A Comissão Européia advertiu que pode aumentar mais ainda a vantagem dos Estados Unidos frente à Europa no tocante à competitividade e padrão de vida. Uma das razões disso é a falta de disposição a investir em novas tecnologias, expôs o órgão executivo da União Européia, em um relatório sobre a capacidade de concorrência do segundo bloco comercial do mundo.

Em conseqüência, as novas tecnologias tardam em serem aplicadas e o "nível de vida na União Européia tem ficado constantemente abaixo do padrão dos EUA, nos últimos anos", concluem seus autores. Na UE a renda per capita é 33% menor do que nos Estados Unidos. Essa é a maior diferença desde o final da década de 60. De 1996 a 2000, a produtividade na UE cresceu 3,2%, mas ficou aquém da americana, que aumentou 5%, expôs o comissário Erkki Liikanen, em Bruxelas.

Iniciativa

- Os chefes de Estado e governo da União Européia reconheceram o atraso tecnológico, tanto é que aprovaram, no ano passado, um ambicioso programa de incentivo às novas tecnologias, para transformar a UE na região mais competitiva do mundo até 2010. Se persistir a defasagem em matéria de informática e telecomunicações, a Europa se distanciará cada vez mais do nível de vida e competitividade americano, dai a iniciativa para acertar o passo com os Estados Unidos.

Em 1999, os investimentos industriais em alta tecnologia só representaram 2,4% do Produto Interno Bruto da região, enquanto nos EUA atingiram 4,5% do PIB. O relatório também menciona aspectos positivos. A Grã-Bretanha e a Suécia, por exemplo, já ultrapassaram os Estados Unidos em investimentos em tecnologia de ponta. A Dinamarca, Irlanda e Holanda, por sua vez, estão recuperando terreno e reduzindo rapidamente a diferença. O comissário Erkki Liikanen também mencionou, entre os progressos, que os custos com telefone diminuíram bastante, principalmente nos países que logo iniciaram a privatização dos seus mercados de telefonia e telecomunicações.

Europeus temem riscos

- O relatório também registra que os europeus não gostam de correr riscos, o que se reflete em menor espírito empreendedor. Uma pesquisa revelou que 55% dos alemães não querem saber de ter um negócio próprio ou fundar uma empresa, por temerem possíveis conseqüências negativas, isto é, a falência e a ruína financeira. Nesse sentido, Liikanen exigiu uma segunda chance para os empresários que fracassarem.

Tal chance estaria mais numa legislação menos rígida, do que na concessão de créditos, segundo expôs. De um modo geral, as leis são bastante rigorosas na Europa, além de haver grandes diferenças entre os 15 países membros. A Comissão Européia encomendou um estudo comparado, no intuito de harmonizá-las e fazer com que um empresário não perca até a casa e o automóvel em caso de falência.