EUA oferecem à Alemanha comando antiterror na África
24 de abril de 2002Foi o que anunciou o ministro alemão da Defesa, Rudolf Scharping, em Washington, depois de conversar com o seu colega americano Donald Rumsfeld, na noite de terça-feira (23). Scharping vai também se informar sobre as circunstâncias e condições da missão militar com o comando central das Forças Armadas americanas na Flórida.
As Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) prestam a maioria da sua contribuição com a operação "Liberdade Duradoura" no chifre da África. Para prestar apoio logístico à luta dos EUA contra o terrorismo internacional, a Marinha alemã estacionou em Djibuti 1.400 soldados, três fragatas, cinco lanchas rápidas, três navios de abastecimento e helicópteros. A missão alemã, inicialmente prevista para durar seis meses, é garantir a segurança da navegação na região, cortar os meios de abastecimento marítimo de organizações de terror e capturar eventuais terroristas da Al Qaeda em fuga.
A Marinha alemã despachou o seu maior navio, o Berlim, para o chifre da África nesta quarta-feira (24). Ele deverá chegar em Djibuti dentro de três semanas, quando substituirá a fragata de abastecimento Freiburg e o navio-tanque Spessart. A bordo do Berlim encontra-se também um centro médico moderno.
A Marinha alemã tem ainda três aviões de reconhecimento e 160 soldados no Quênia. Eles fazem vôos de reconhecimento sobre a Somália, desde mais de um mês, como parte da luta antiterror. A flotilha é equipada com satélites e radares altamente sensíveis.
Ação contra Iraque
– Na conversa de 90 minutos que tiveram, no Pentágono, os titulares da Defesa alemã e americana discutiram também sobre a reforma e a ampliação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para o Leste Europeu, contra a qual a Rússia oferece grande resistência. Os dois trocaram idéias ainda sobre o conflito no Oriente Médio e e o programa de armas do Iraque. Scharping disse depois que ainda não foi decidido sobre uma ação militar contra o Iraque e que os esforços têm de se concentrar agora numa inspeção de armas pela ONU no país de Saddam Hussein, o mais rápido possível.Alemanha e EUA fazem avaliações semelhantes sobre o regime iraquiano, mas têm pontos de vista diferentes sobre a escolha de um meio que poderia levar a mudanças em Bagdá. Ao contrário do governo americano, o alemão acha que "a política militar não deve dominar sobre a diplomática", como disse Scharping.
O ministro alemão ainda vai se encontrar em Washington com o conselheiro de segurança interna do presidente Georg W. Bush, Tom Ridge, e o vice-secretário de Estado, Richard Armitage. Depois irá encontrar-se com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em Nova York, e visitará o comando central das Forças Armadas em Tampa.