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EUA encontram mais apoio na Europa para guerra

(ef)30 de janeiro de 2003

Oito países europeus exigiram o apoio da Europa para os EUA desarmarem o Iraque, numa carta publicada em vários jornais do continente. O apelo é uma forte pressão sobre o eixo Berlim-Paris, que rejeita uma guerra.

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Silvio Berlusconi (à direita, com Schröder) autoriza uso de bases italianas pelos EUAFoto: AP

Os chefes de Estado e de governo da Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Portugal, Dinamarca, Polônia, República Tcheca e Hungria destacam, em sua carta conjunta, que "a Europa tem de ficar unida" e que a credibilidade do Conselho de Segurança da ONU está em jogo, porque o regime do presidente Saddam Hussein não cumpriu a resolução 1441, que determinou a eliminação de seu arsenal e programas de armas de destruição em massa, depois da Guerra do Golfo, em 1991. Destacam, ao mesmo tempo, que o documento seria a última chance para um desarmamento do ditador iraquiano por meios pacíficos.

Os líderes europeus alertam em sua carta conjunta que "a força da Europa está na sua unidade", sem mencionar a Alemanha e a França, que sempre atuaram em questões decisivas como o motor da União Européia e agora se uniram contra uma ação militar isolada dos EUA no Iraque. Eles destacam também que o relatório sobre as inspeções da ONU no Iraque, apresentado ao Conselho de Segurança em Nova York, na segunda-feira (27), confirmou que Saddam Hussein "mentiu e suas armas de destruição em massa são uma verdadeira ameaça à paz mundial".

Aliados dos EUA

A carta é assinada pelos primeiros-ministros britânico, Tony Blair; espanhol, José María Aznar; italiano, Sílvio Berlusconi; português, José Manuel Barroso; húngaro, Peter Medgyessy; polonês, Leszek Miller; dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, e o presidente tcheco, Vaclav Havel. Washington havia prometido uma ajuda de US$ 5 bilhões à Polônia. Além do mais, Varsóvia anseia por sua presença no cenário político internacional.

Antes de ir se encontrar com o presidente George W. Bush, na casa Branca, Berlusconi autorizou o uso das bases militares italianas pelos EUA, no caso de uma guerra cada vez mais provável. O documento comum dos oito dirigentes foi publicado também em outros países que rejeitam uma guerra e exigem uma solução do conflito por meios pacíficos, pelas Nações Unidas, como Alemanha, França, Rússia e China. Estes três últimos são membros permanentes do Conselho de Segurança, enquanto a Alemanha é temporário.

A carta dos oito aliados, confirma, em parte, a afirmativa do secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, na semana passada, de que a maioria dos aliados apoiam a posição americana no conflito. Na ocasião, Rumsfeld disse que Alemanha e França "são uma problema", mas representariam "a velha Europa ".

Alemanha muda de posição?

Enquanto a carta dos oito era enviada aos jornais, o secretário de Estado americano, Colin Powell, dizia esperar que o governo alemão mude de posição quando conhecer as informações secretas sobre o Iraque, que vai apresentar ao Conselho de segurança na quarta-feira (5).

Em seu discurso sobre o Estado da Nação, terça-feira, Bush deixou claro que vai desarmar o Iraque com ou sem um aval da ONU. Ao não obedecer o ultimato de desarmamento das Nações Unidas, o Iraque desperdiçou sua última chance de evitar a guerra, disse o presidente dos EUA. Ele rejeitou os argumentos de Berlim e Paris de que será possível convencer o Iraque a colaborar com a ONU, se os inspetores tiverem mais tempo para suas investigações no país.

A maioria dos 15 membros do Conselho de Segurança quer mais tempo para os inspetores de armas no Iraque, mesmo depois do discurso de Bush, conforme disse o embaixador francês na ONU, Jean-Marc de la Sabliere, na quarta-feira. O embaixador americano na ONU, John Negroponte, ao contrário, afirmou que se fecharam todas as portas para uma solução diplomática.