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EUA anunciam treinamento de ucranianos nos tanques Abrams

21 de abril de 2023

Washington prepara envio de 31 blindados à frente de batalha contra a Rússia. Alemanha e Polônia também fecham acordo para criar base de manutenção de tanques próxima da fronteira ucraniana.

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Dois tanques americanos Abrams disparando em campo de treinamento
Tanques americanos Abrams durante treinamento da Otan na Letônia em 2021Foto: INTS KALNINS/REUTERS

Os Estados Unidos iniciarão nas próximas semanas o treinamento de militares ucranianos com os tanques de combate Abrams, que devem enviados no segundo semestre do ano para a frente de batalha contra os russos na guerra da Ucrânia.

Em janeiro, Washington comprometeu-se a enviar 31 tanques Abrams modelo M1A1 a Kiev, depois de meses protelando a decisão sob a justificativa de que eles eram muito complexos e de difícil manutenção para o uso na Ucrânia.

A decisão americana fez parte de uma negociação política que abriu caminho para Berlim também anunciar o envio de 14 tanques de fabricação alemã Leopard 2 à Ucrânia e autorizar outros países que possuem o blindado a fazerem o mesmo.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou nesta sexta-feira (21/04) que 31 tanques de treinamento chegarão no final de maio à base Grafenwoehr, na Alemanha, onde os militares ucranianos começarão a ser treinados algumas semanas depois. O curso deve durar cerca de dez semanas.

Os 31 tanques de batalha Abrams que serão enviados à Ucrânia estão passando por uma revisão nos Estados Unidos e seguirão para a frente de batalha posteriormente, possivelmente no outono do Hemisfério Norte, segundo uma fonte oficial disse à agência de notícias Associated Press sob condição de anonimato.

O anúncio de Lloyd foi feito durante uma reunião de autoridades de defesa de cerca de 50 países na base militar Ramstein, na Alemanha, para coordenar o envio de equipamentos bélicos e munição para a Ucrânia.

O general americano Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, disse acreditar que os tanques americanos Abrams "farão a diferença" no campo de batalha, mas alertou que "não há bala de prata na guerra".

Base para manutenção na Polônia

Também nesta sexta-feira, foi anunciado que Alemanha, Polônia e Ucrânia assinaram um memorando para criar uma base de manutenção dos tanques de fabricação alemã Leopard 2 operados por Kiev, que ficará localizada em solo polonês, próximo à fronteira ucraniana.

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou a jornalistas que essa base de manutenção custará de 150 e 200 milhões de euros por ano, quantia "que iremos dividir de forma justa, como tudo". Ele disse esperar que a base entre em funcionamento no final de maio.

A Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) iniciou em fevereiro o treinamento de soldados ucranianos para operar os tanques Leopard 2, em uma base militar na cidade de Münster, no noroeste da Alemanha.

No final de março, Berlim enviou 18 tanques Leopard 2 do tipo A6, com munição e peças de reposição, à Ucrânia – quatro tanques a mais do que o inicialmente previsto. Outros países, como Portugal e Polônia, também já enviaram tanques Leopard 2 a Ucrânia.

O Reino Unido também já enviou tanques britânicos Challenger 2 à Ucrânia.

Dinamarca e Holanda enviarão mais tanques

Na quinta-feira, a Dinamarca e a Holanda anunciaram que farão uma doação conjunta de 14 tanques Leopard 2 à Ucrânia, do modelo A4.

Em um comunicado conjunto, os dois países disseram que irão comprar os tanques e reformá-los, com previsão de entrega no primeiro trimestre de 2024. O custo previsto é de 165 milhões de euros, que será "dividido igualmente" entre ambos.

Além dos tanques Leopard 2, Alemanha, Dinamarca e Holanda anunciaram em fevereiro que enviarão pelo menos cem tanques Leopard 1 à Ucrânia, ao longo deste ano e do próximo.

Fabricado a partir de meados dos anos 1960, os Leopard 1 foram aposentados pela Bundeswehr há 20 anos. Eles fazem parte de estoques da indústria armamentista e serão reformados antes do envio para a frente de batalha. A formação de 600 militares ucranianos para conduzir os veículos blindados também já começou.

bl (AP, dpa, Reuters)