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Etna de novo em ação

Marcus Bösch 30 de outubro de 2002

O vulcão Etna, na Sicília, entra mais uma vez em erupção. Vulcanólogos alertam para a necessidade de novas técnicas de medição e uma melhor análises de riscos. Vulcões em solo alemão também podem explodir?

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Chamas se alastram perto do povoado LiguaglossaFoto: AP

A lava do Etna jorra a centenas de metros nas alturas. Massas rochosas em chamas são jogadas de um lado para outro, enquanto elevadores de esqui e teleféricos derretem-se. O Etna, o vulcão mais ativo da Europa, dá as caras após um ano de pausa. A população nas redondezas da montanha de mais de 3300 m de altitude foi evacuada. Jornais italianos avaliam os danos da erupção em alguns milhões de euros.

Não subestimar o perigo

2002 já faz parte dos anos em que os vulcões estiveram mais ativos em todo o mundo. Após as erupções na africana Goma, no Congo, em janeiro último, e na mexicana Colima, em abril, 2002 já registrou 16 erupções vulcânicas. Cientistas dedicam, no momento, especial atenção ao italiano Vesúvio – localizado a poucos quilômetros de distância de Nápoles, na Itália –, ao Mauna Lona, no Havaí, e ao Fujii, no Japão. Todos os três montes registram fendas na superfície terrestre: o sinal clássico de uma possível erupção.

O perigo representando por vulcões não deve ser subestimado, alertam especialistas. "Uma análise dos riscos feita após a erupção do Fujii estimou os prejuízos em cerca de 20 bilhões de dólares", explica o professor universitário Hans-Ulrich Schmincke, em entrevista à DW-World. Como parâmetro de comparação, o especialista do Instituto de Pesquisa Geomar, localizado em Kiel, na Alemanha, cita o terremoto em Kobe, ocorrido em 1995. "Os danos causados em Kobe, numa das piores catástrofes ambientais do século, foram estimados em cinco bilhões de dólares."

Natureza imprevisível

Novas técnicas melhoraram consideravelmente as possibilidades de prever o perigo imediato de erupções vulcânicas, de tal forma que um vulcão hoje encontra-se tão mapeado por fios como um paciente na UTI. No entanto, apesar do uso dos satélites e das simulações em laboratório, as previsões acabam, com freqüência, sendo muito vagas. Isso mesmo considerando que, nos últimos anos, foram intensificadas as pesquisas nos 16 vulcões mais perigosos do mundo, através de um programa especial das Nações Unidas. "Trata-se, afinal de contas, de um complexo sistema com um grande número de variáveis", explica Schmincke.

Apesar de toda a ciência, a natureza dá provas de sua imprevisibilidade. O vulcão Santa Helena, no Canadá, por exemplo, entrou em erupção no dia anunciado pelos especialistas, mas de forma completamente inesperada. "A lava jorrou das laterais da montanha e não de seu cume", conta Dr. Armin Freundt, do Instituto Geomar de Kiel.

Vulcões em erupção na Alemanha em 2035 ou 3057?

Freundt não descarta a possibilidade de uma erupção vulcânica em solo alemão. Caso isso realmente acontecesse com o vulcão localizado no Laacher See, na cadeia de montanhas Eifel, "as conseqüências seriam catastróficas para os estados alemães Renânia-Palatinado e Hessen", observa Freundt. Se uma erupção nesta região pode acontecer em cem ou em mil anos, nem a mais moderna técnica hoje existente pode prever. (sv)