Estado tenta salvar Babcock com aval de 300 milhões de euros
5 de julho de 2002Prosseguem as tentativas de salvar a empresa de construção de máquinas Babcock, com sede em Oberhausen, que emprega em todo o mundo 22 mil pessoas, 11.500 das quais na Alemanha. No Brasil, a empresa possui escritório em São Paulo.
Como os bancos e proprietários não conseguiram chegar a um entendimento na quinta-feira (04), a diretoria da Babcock entrou com um pedido de concordata nesta sexta-feira, a fim de antecipar-se à acusação de protelar indevidamente a medida.
Ajuda estatal
- As negociações com bancos e investidores continuam para que o pedido possa ser retirado o quanto antes, informou o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Wolfgang Clement. A empresa precisa de 700 a 800 milhões de euros para honrar seus compromissos.Tanto o governador como o chanceler federal Gerhard Schröder, ambos do Partido Social Democrático, se engajaram para evitar que a Babcock se alinhe na lista das grandes empresas insolventes que se viram obrigadas a pedir concordata este ano. Os governos estadual e federal vão contribuir com 300 milhões de euros, ficando o restante por conta dos bancos. Para Clement, a situação é "muito grave, mas não totalmente sem esperança".
Desvalorização
- Os analistas e corretores da bolsa de valores não estão confiantes de que a Babcock saia definitivamente da zona de perigo. "Parece que não vai ser fácil encontrar uma solução", comentou Dirk Lohmann, da HSBC Trinkaus & Burkhardt. A ação da firma com mais de 100 anos de tradição chegou a sofrer uma desvalorização de 22% logo após a notícia do pedido de concordata. No transcorrer do pregão em Frankfurt, contudo, recuperou parte das perdas (-11%). A ação da Babcock, que valia 44 euros um ano atrás, hoje caiu para 1,57 euro.A Babcock já escapou uma vez da falência em 1996, graças a créditos de mais de 300 milhões de euros e ao sacrifício dos funcionários, que abriram mão de salários no valor hoje equivalente a 50 milhões de euros. As dificuldades precipitaram-se este ano com a venda do estaleiro HDW, considerado o filé mignon do império de 130 empresas da Babcock.