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Está na hora do "sim" entre UE e Mercosul, defende Durão Barroso

Ericka de Sá, de Brasília18 de julho de 2014

Em Brasília, presidente da Comissão Europeia aposta que, após 15 anos de conversas, troca de ofertas deve acontecer ainda neste ano. Ele também defende investigação imparcial sobre queda do avião da Malaysia Airlines.

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Foto: Wilson Dias/ABr

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse nesta sexta-feira (18/07) em Brasília que espera uma consolidação de um acordo Mercosul-União Europeia ainda este ano.

"A União Europeia e o Mercosul namoram já há 15 anos. Não seria o momento de dar um passo à frente e dizer que sim?", indagou Durão Barroso.

Ele disse, entretanto, que não deve haver avanço antes do outono europeu, mas reconheceu esforços dos dois lados nos últimos anos. "Há de ambos os lados algumas sensibilidades, pois há interesses diferentes, mas eu acho que é possível um movimento de redução das tarifas a nível global", completou.

As declarações foram feitas durante cerimônia em que Durão Barroso recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília (UnB). Momentos antes, Durão Barroso participou de uma reunião de mais de uma hora com a presidente brasileira Dilma Rousseff, na residência oficial.

Segundo Durão Barroso, os "desafios à paz mundial" fizeram parte da pauta do encontro com Dilma Rousseff. Os dois teriam conversado sobre a situação em Gaza e a queda do avião da Malaysia Airlines. Ao comentar sobre as repercussões que a tragédia teria para as tensões na região, Durão Barroso disse que ele e Dilma Rousseff compartilham de visões semelhantes.

"Ambos concordamos que é muito importante levar-se o mais depressa possível para frente uma investigação internacional independente que possa restabelecer a verdade, porque é inaceitável, do ponto de vista do direito internacional, que se comece a deitar aviões abaixo", disse, ao pedir uma "investigação imparcial e objetiva do que realmente se passou".

Barroso disse que o episódio "coloca uma ameaça ainda maior sobre as perspectivas de paz na região". Para ele, é preciso ver se, após as investigações, podem ser criadas condições para a consolidação do processo de paz.

Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, o conjunto de países da União Europeia é o maior parceiro do Brasil, com 98,5 bilhões de dólares de intercâmbio comercial em 2013. Segundo o órgão, o total corresponde a mais de 20% do comércio exterior brasileiro. Em investimentos no Brasil, a participação europeia chega a 24,5 bilhões de dólares, 50% do total investido no país por parceiros estrangeiros.

"Fizemos longo caminho para a maturidade das nossas relações", disse Durão Barroso. Ele lembrou a saída de milhões de brasileiros da pobreza, mas lembrou da necessidade de melhoria de serviços essenciais, como educação, saúde e transporte público.

Ainda em Brasília, o presidente da Comissão Europeia participou de almoço em sua homenagem, oferecido pelo ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado. Depois, o europeu fez uma visita ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).

Durão Barroso segue para o Rio de Janeiro, onde, no sábado, terá reuniões com o prefeito da cidade, além de visitar projetos e museus. Na segunda-feira, Barroso participa de seminário sobre as relações entre UE e Brasil, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Depois, será homenageado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).