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Terrorismo

Espanha volta à mira do terrorismo islâmico

18 de agosto de 2017

Até aqui imune à onda de ataques na Europa, país volta a ser alvo de extremistas, 13 anos após atentados de Madri: carro avança contra multidão na região de Las Ramblas, em Barcelona, mata pelo menos 13 e fere 100.

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Polícia catalã em Barcelona, 17 de agosto de 2017
Polícia catalã patrulha região onde terroristas avançaram contra pedestres em uma vanFoto: REUTERS/Stringer

Treze anos após sofrer o maior atentado da Europa, a Espanha voltou a ser alvo do terrorismo islâmico nesta quinta-feira  (17/08) em dois ataques na província da Catalunha, que a polícia trata como coordenados.

O primeiro, em Barcelona, deixou 13 mortos e mais de 100 feridos, 15 dos quais em estado grave. O segundo, em Cambrils, deixou sete feridos e foi abortado pela polícia, que matou cinco terroristas. A Espanha, até aqui imune à atual onda de atentados na Europa, voltou à mira do terrorismo islâmico.

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O ataque na capital da Catalunha ocorreu por volta das 17h (hora local), quando uma van branca avançou cerca de 500 metros contra a multidão no calçadão de La Rambla, famosa região turística da cidade. Segundo autoridades da Catalunha, dois suspeitos foram detidos, mas o motorista da van fugiu a pé e continua foragido.

Ataque terrorista com van em Barcelona

Um dos detidos é um espanhol nascido em Melilla, enclave espanhol em Marrocos, e o outro é um jovem marroquino que reside legalmente na Espanha e teria alugado a van usada no ataque. Na manhã desta sexta-feira, o ministério do Interior espanhol afirmou ter prendido um terceiro suspeito, ainda não identificado.

O grupo terrorista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou o atentado numa mensagem publicada pela agência de notícias Amaq, ligada aos extremistas.

Entre as vítimas havia crianças e adultos de diferentes países, incluindo Espanha, França, Alemanha, Holanda, Argentina, Venezuela, Bélgica, Peru, Romênia, Irlanda, Cuba, Grécia, Macedônia , Inglaterra, Áustria, Paquistão, Taiwan, Canadá, Equador, Estados Unidos, Filipinas, Kuwait, Turquia e China. O Itamaraty informou que, até o momento, não há informações sobre brasileiros feridos no atentado e afirmou que o consulado do país em Barcelona está acompanhando a situação.

Segundo ataque 

Horas depois, um ataque semelhante ocorreu na cidade litorânea de Cambrils, localizada cerca de 120 quilômetros ao sul de Barcelona. Cinco homens em um veículo atropelaram pessoas que caminhavam pela orla. Sete pessoas foram feridas no ataque, duas delas em estado grave – uma das quais não resistiu e morreu nesta sexta-feira. 

Testemunhas contam o que viram durante ataque em Barcelona

Segundo a imprensa local, após o atentado, a polícia catalã interceptou os terroristas no carro em que circulavam, numa rotatória próxima ao clube náutico da cidade, onde o veículo teria capotado. Quando os terroristas tentaram escapar, começou um tiroteio.

Segundo as autoridades, os suspeitos usavam cintos com explosivos presos ao corpo, que mais tarde se descobriu serem falsos. A polícia catalã matou os cinco ocupantes do veículo a tiros. As autoridades informaram acreditar que os dois ataques foram coordenados.

Explosão suspeita

A polícia catalã ainda associa os dois atentados com uma explosão ocorrida na noite de quarta-feira numa casa cerca de 100 quilômetros ao sul de Cambrils, na cidade de Alcanar, Tarragona. Uma pessoa morreu na explosão, supostamente quando manuseava bombas de gás butano.

O diretor da polícia catalã, Josep Lluís Trapero, informou que o atentado em Barcelona tem conexões claras com a explosão em Alcanar. Mais precisamente, um dos detidos, natural de Melilla, teria relação direta com a explosão.

Histórico de terrorismo

A Espanha foi alvo do maior ataque terrorista da Europa em 11 de março de 2004, quando 191 pessoas morreram e mais de 2 mil ficaram feridas em Madri.

Várias bombas explodiram em quatro trens diferentes, um deles numa linha de metrô. Os terroristas, que se declararam ligados à Al Qaeda, foram condenados a 43 mil anos de prisão – embora fiquem de fato presos apenas 30 anos, pená máxima na Espanha, que não tem prisão perpétua.

Dede 2015 a Espanha se mantém em alerta de terrorismo nível 4, o segundo mais alto.

FF/efe/dpa/ap

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