1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Erfurt: Professor impede matança maior ainda

27 de abril de 2002

Professor conseguiu tirar o capuz de pistoleiro e trancá-lo numa sala, impedindo mais mortes. Ex-estudante praticava em clubes de tiro e possuía as armas legalmente. Polícia corrige número de mortos para 17.

https://p.dw.com/p/287b
"A Turíngia de luto pelas vítimas mortas sem sentido"Foto: AP

A população de Erfurt, chocada, deposita flores e velas diante do ginásio em que ocorreu na sexta-feira (26) a chacina que o governador do estado considera "a maior catástrofe da Turíngia desde que o estado foi reconstituído". A polícia, por sua vez, dá prosseguimento às investigações e divulga novos detalhes da tragédia para a qual ninguém ainda conseguiu uma explicação.

Atirador exímio –

O ex-estudante Robert Steinhäuser, de 19 anos, que havia sido expulso do ginásio há alguns meses, entre outros motivos provavelmente por ter apresentado atestados médicos falsos, era sócio de dois clubes de tiro e possuía legalmente as duas armas com que compareceu à escola na qual provocou a matança. Ele praticamente executou a maioria de suas vítimas, com tiros certeiros na cabeça.

Ao contrário do que fora anunciado inicialmente, uma das professoras atingidas sobreviveu gravemente ferida. A polícia corrigiu, portanto, o número de mortos para 17: nove professoras, quatro professores, um policial, uma estudante de 14 anos, um estudante de 15 anos e o próprio criminoso. Dez feridos estão fora de perigo. Quase um quarto do corpo docente da escola foi morto pelo ex-aluno.

Intervenção do professor –

Segundo a polícia, um professor evitou provavelmente uma matança ainda maior. Aproximando-se do pistoleiro em meio aos tiros, conseguiu arrancar seu capuz e reconhecê-lo. Empurrou o ex-estudante para uma das salas de aula, onde o trancou, a mesma onde o pistoleiro acabou se matando quando o comando especial da polícia entrou na escola.

A hipótese inicial de existência de um cúmplice ainda não foi descartada pela polícia, embora não haja pistas concretas. Todos os 40 tiros dados saíram da pistola; a segunda arma permaneceu inutilizada. Mas a polícia encontrou munição suficiente para 500 tiros escondida no banheiro da escola e quantidade semelhante na casa onde o criminoso morava com sua mãe.

Muitos dos ex-colegas descrevem o assassino como inteligente, reservado, simpático. Nada em seu comportamento chamava a atenção ,mas certa vez teria dito a uma colega que queria "ser muito famoso um dia". (lk)