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Energia solar faz escola

Ina Rottscheidt (as)27 de novembro de 2007

Estudantes alemães instalam sistemas de energia solar em escolas da Zâmbia e aprendem como pequenas atitudes podem ajudar a proteger o clima.

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Estudantes zambianos observam um sistema fotovoltaico desenvolvido numa escola alemãFoto: DW/Rottscheidt

"Essa geração viverá ainda 60 anos e vivenciará fortemente as conseqüências das mudanças climáticas e da falta de recursos naturais", afirmou o professor Peter Martin, de 50 anos, da Escola Ingeborg Drewitz, em Gladbeck. Nas suas aulas, ele procura despertar o interesse dos seus alunos para essas questões.

O seu ponto de partida são pequenas tábuas cobertas por placas brilhantes de cor grafite, cabos azuis e vermelhos e um aparelho de medição. "O multímetro serve para medir a intensidade da corrente elétrica e a voltagem. Ele mostra que só esta célula solar já produz 0,25 volt", explica Jens Krause, estudante do curso técnico.

Energia para a escola

Solarprojekt Unterricht Macha Sambia Geräte
Na sala de aula: aprendendo como funcionaFoto: DW/Rottscheidt

A intenção é explicar aos alunos o princípio de funcionamento de uma célula solar antes de eles se ocuparem com grandes sistemas fotovoltaicos. Um deles, de mais de 40 metros quadrados, está instalado sobre o teto da escola. Foram os próprios alunos que planejaram, conectaram e instalaram o equipamento. Ele permite à escola produzir uma parte da energia que consome e evitou que mais de 1,4 tonelada de gás carbônico fosse despejada na atmosfera desde 2003.

"Mas a questão não é apenas essa economia", explica Martin. "Quero chamar a atenção dos alunos para a problemática do clima e também mostrar as possibilidades que a tecnologia oferece: afinal, trata-se de uma grande oportunidade profissional para os jovens."

Parceiros na África

Também as escolas parceiras dos alemães na Zâmbia ganham com isso. O professor Guntram Seippel encabeçou uma delegação de sete pessoas que foi a Macha, no sul do país, para instalar um sistema fotovoltaico no teto de duas escolas locais, a Macha Secondary School e a St. Mark's Secondary School.

Solarprojekt St. Mark’s Secondary School in Macha Sambia
Sistemas de energia solar instalados no teto de uma escola na ZâmbiaFoto: DW/Rottscheidt

"Na Zâmbia, a incidência solar é duas vezes maior do que na Alemanha. Assim, a eficiência do sistema é também maior”, afirma Seippel. Além disso, não há redes de energia elétrica seguras no país africano. "Lá falta luz com freqüência, mas a escola que é nossa parceira está mais perto da auto-suficiência com o nosso equipamento", diz o professor.

Pequenas iniciativas

Solarprojekt Unterricht Macha Sambia
Estudantes alemães que foram à ZâmbiaFoto: DW/Rottscheidt

Em torno de 1.300 estudantes freqüentam as duas escolas, que distam 80 quilômetros da cidade mais próxima. E, num país no qual mais de 80% das pessoas vivem com menos de um dólar por dia, proteção ambiental não é uma prioridade.

"Lá a consciência ambiental ainda não está bem desenvolvida", comenta Jens. "Eles utilizam lenha para cozinhar, coisa extremamente nociva ao meio ambiente. E o país tem poucas usinas elétricas. Por isso, eles precisam de alternativas energéticas."

Tanto os estudantes alemães como os zambianos aprenderam como pequenas iniciativas podem ajudar a proteger o clima. E essa é a geração que terá de encarar o problema.

"Precisamos agir em conjunto para mudar algo, do contrário nada acontecerá", avalia a estudante Júlia von Gradowski, que também esteve no país africano. "Mas eu acho que também é necessário olhar para suas próprias atitudes. Quando não se faz nada, não se pode esperar que os outros façam."