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Brasil e Alemanha

19 de setembro de 2011

De 18 a 20 de setembro, o Rio de Janeiro hospeda o 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha. Como parte da programação, o Prêmio Personalidade Brasil 2011 homenageou o governador do RJ e o presidente mundial da VW.

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Weber Porto (AHK), Werner Hoyer, vice-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, e Régis Fischer (RJ)Foto: AHK - São Paulo
O Brasil é o maior parceiro da Alemanha na América Latina. Em 2010, as exportações brasileiras para a Alemanha somaram 8,1 bilhões de dólares, 31,8% a mais que no ano anterior.
 
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere alemã, Bundesverband der Deutschen Industrie (BDI), promovem anualmente o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, com o objetivo de intensificar a relação bilateral. A 29ª edição do encontro foi aberta neste domingo (18/09), no Rio de Janeiro.
 
Um dos primeiros eventos do encontro foi a entrega do Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha 2011. O prêmio é entregue desde 1995 pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK, na sigla em alemão) de São Paulo, com o apoio da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK).
 
Na noite de domingo, a edição 2011 homenageou o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o presidente mundial do Grupo Volkswagen (VW), Martin Winterkorn. Eles foram representados, respectivamente, pelo secretário da Casa Civil do governo carioca, Régis Fischer, e pelo presidente da filial brasileira da VW, Thomas Schmall.
 
Prêmio Personalidade
 
"O Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha destaca trabalhos e iniciativas que beneficiam as relações entre os dois países, ampliando-as e fortalecendo-as", afirma Weber Porto, presidente da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo.
 
Sérgio Cabral, em seu segundo mandato como governador do Rio de Janeiro, teve o reconhecimento de seus esforços para atrair ao estado investimentos alemães, como o aporte da empresa ThyssenKrupp e os programas de cooperação com o porto de Hamburgo e, para proteção contra inundações, com a cidade de Colônia, na Alemanha.
 
"Não há como pensar em crescimento econômico e em desenvolvimento sem ter em mente a Alemanha. O governo do Rio de Janeiro tem o país como um grande exemplo", afirmou Fischer em seu discurso.
 
Já Winterkorn foi destacado por sua gestão como presidente do conselho administrativo da Volkswagen e dos conselhos da Audi e da Porsche, cargo que ocupa desde 2007. O executivo foi um dos responsáveis pela decisão de a Volkswagen investir 6,2 bilhões de reais no Brasil entre 2010 e 2014.
 
Brasil em foco
 
Deutsch-Brasilianische Wirtschaftstage 2011
Weber Porto (AHK), Thomas Schmall (VW) e Everton Vieira Vargas, embaixador do Brasil na AlemanhaFoto: AHK - São Paulo
De acordo com a BDI, cerca de 17% do valor agregado da produção industrial no Brasil provém de empresas alemãs. "Para a indústria alemã, o Brasil é um dos mercados mais interessantes", afirmou o presidente da instituição, Hans-Peter Keitel, na abertura do encontro. Para ele, a indústria da Alemanha pode ter influência decisiva no desenvolvimento econômico do Brasil.
 
As exportações alemãs para o Brasil cresceram 43% em 2010 em relação ao ano anterior, chegando a 12,5 bilhões de dólares. A variação foi maior do que a elevação média das exportações totais da Alemanha, que foi de 19%. Em alguns setores, como o da indústria química, o Brasil chega a ser o mercado de maior expansão.
 
"O know-how alemão é muito requisitado no Brasil, tendo em vista principalmente os grandes investimentos em infraestrutura e a modernização da indústria", diz Keitel, destacando a importância dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.
 
Cooperação bilateral
 
Outro assunto discutido no encontro é o Ano da Alemanha no Brasil, a ser comemorado entre 2013 e 2014. "Com o Ano, a Alemanha se apresentará em todos os seus aspectos – como nação econômica, científica e cultural", destacou Keitel. A cooperação entre os dois países não se limita, portanto, às relações comerciais, mas abrange cada vez mais a ciência e a inovação.
 
Hans-Peter Keitel
"O Brasil é um dos mercados mais interessantes", afirma Keitel (BDI)Foto: Christian Kruppa
Mas, Keitel considera que, para intensificar o intercâmbio entre Brasil e Alemanha, seria necessário um apoio político mais forte por parte dos dois países, para firmar um acordo de dupla tributação.
 
Medidas recentes do governo brasileiro preocupam a indústria alemã, por desincentivar a entrada de produtos estrangeiros. "Numa economia cada vez mais interligada globalmente, a decisão vai de encontro à própria economia do país. Em vez de mais impostos, o governo brasileiro deveria investir em produtividade e competitividade", afirma Keitel.
 
Para o presidente da BDI, a Confederação da Indústria Alemã, seria necessário também mais empenho nas negociações de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que representaria a criação da maior zona de livre comércio do mundo.
 
Entre 18 e 20 de setembro, o Encontro Brasil-Alemanha ampliará discussões como essa, ao promover painéis e workshops sobre cooperação e oportunidades de negócio entre os dois países: inovação e pesquisa, mobilidade urbana, infraestrutura, logística, oportunidades no setor de petróleo e gás, energias renováveis, entre outros temas.
 
Autor: Luisa Frey
Revisão: Carlos Albuquerque