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Katharina Wagner

28 de julho de 2011

"Sou totalmente contra explicar uma encenação para o público", afirma Katharina Wagner, bisneta do compositor. Em entrevista à Deutsche Welle, ela fala sobre o Festival de Bayreuth e seus planos, também como encenadora.

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Katharina Wagner Pk Katharina Wagner zu Ring AuffŸhrung im Teatro Col—n in Buenos Aires - Konzerthaus am Gendarmenmarkt Werner - Otto - Saal am 09.Mai 2011 in Berlin
Katharina WagnerFoto: Picture-Alliance/dpa

Há dois anos, Katharina Wagner, de 33 anos, e sua meia-irmã, Eva Wagner-Pasquier, de 66 anos, dirigem juntas o Festival de Bayreuth, dedicado à obra de Richard Wagner (1813-1883). Elas repartiram as tarefas, de forma que a irmã mais nova se encarrega das relações públicas e dá entrevistas. Na segunda-feira (25/07), a centésima edição do festival foi inaugurada com a ópera Tannhäuser, na montagem de Sebastian Baumgartner.

A filha de Wolfgang e Gudrun Wagner, ambos falecidos, é também diretora de cena, não só no contexto dos festivais Wagner. Numa entrevista exclusiva à Deutsche Welle, ela faz vislumbrar o que se pode esperar da nova Bayreuth.

Deutsche Welle: Cada ano um novo encenador é chamado a Bayreuth: Christoph Schlingensief, Stefan Herheim, agora Sebastian Baumgarten. São contratos que o seu pai assinou, porém naturalmente sob seu aconselhamento. Pode-se dizer que a nova geração chegou agora a Bayreuth? O que destaca Sebastian Baumgarten?

Katharina Wagner: Para um diretor de cena não é apenas importante ter uma ideia, mas também dominar a técnica. Sebastian Baumgarten faz isso, em primeira linha, e aí tem abordagens conceituais interessantes. Há muita gente de quem se diz: "Sim, ideia interessante, mas, de algum modo, cada entrada em cena tem um buraco"; ou: "Ele não sabe como fazer os cantores se movimentarem"; ou: "Artesanalmente perfeito, mas conceptualmente maçante". Quando as duas coisas confluem, então é um diretor adequado. E isso se aplica a Sebastian Baumgarten.

O cenógrafo da nova montagem de Tannhäuser é o holandês Joep van Lieshout, também artista plástico. Cenário e artes plásticas: isso combina?

Cenógrafo e artista plástico são, é claro, profissionais diferentes. Mas se a sugestão parte do encenador, ela é muito bem-vinda. Ele fez um cenário excelente, é realmente uma instalação e combina muito bem com a direção de cena.

Isso soa bem pesado para o público conservador...

Acho que nenhum diretor chega aqui dizendo: "Oh, eu quero provocar!". Também sou contra anexar uma "bula" e dizer: "A montagem funciona assim e assim". Cada um deve pensar por si. Eu simplesmente parto do princípio que o público tenha essa capacidade e que, justamente aqui, tenhamos um público pensante. Pois quando você espera dez anos por um ingresso, você sabe em que está se metendo. Sou totalmente contra explicar uma encenação ao público. Aí fica desinteressante.

Sua montagem de Os mestres-cantores de Nurembergue vai ser apresentada este ano pela última vez. O que a encenadora Katharina Wagner ainda vai fazer em Bayreuth?

Em 2015 vou levar à cena o Tristão e Isolda com o regente Christian Thielemann.

E como diretora-geral? Qual é seu mais importante campo de ação, no momento?

O anel do Nibelungo, sem dúvida. A atividade mais importante são as negociações com o diretor da tetralogia, que estão indo muito bem, mas que só vão estar concluídas com o contrato assinado. E há a perspectiva do Ano Wagner [200 anos de nascimento do compositor]. Aí vamos fazer as obras de juventude, Rienzi, O amor proibido e As fadas. Vai haver um concerto de aniversário em 2013, tudo promovido pela BF Medien [firma de publicidade e mídia ligada ao Festival de Bayreuth].

A senhora não cita o nome do encenador do Anel?

Como disse: enquanto não estiver assinado, não cito nada. Não sou louca! [ri]

"Bayreuther Festspiele" (Festival de Bayreuth) é uma marca. Quais são as ideias para fortalecê-la?

Temos que continuar perseguindo o tema com as novas mídias, com podcasts, public viewings; este ano temos, pela primeira vez, uma transmissão ao vivo pela televisão, Lohengrin no [canal franco-alemão] Arte. Estávamos um pouco atrasados nisso, mas vamos recuperar terreno.

Sobre a recepção de Richard Wagner no exterior: a senhora está contratada como encenadora na Argentina...

Sim, para uma "versão curta" do Anel do Nibelungo, em sete horas. Muita coisa no Anel são repetições, conta-se o que aconteceu na noite anterior. Meio brincando, eu diria que, em um dia, dá para a pessoa se lembrar. Agora a sério: a versão me foi enviada; musicalmente eu não só a achei defensável, como muito boa. Por isso me deixei envolver nesse projeto em Buenos Aires.

O que essa "versão curta" traz para a Argentina?


Acredito basicamente que muita gente diz: "Quatro dias seguidos, isso é muito tempo e muito dinheiro. Para assistir, é preciso tirar quase uma semana de folga". E em um dia também se consegue dar conta do Anel.

Entrevista: Hans-Christoph von Bock (av)
Revisão: Alexandre Schossler

Richard Wagners "Die Meistersinger von Nürnberg" - 3. Aufzug, 2. Szene - Sixtus Beckmesser (Michael Volle) - undatiertes Probenfoto. Katharina Wagners Inszenierung hat bei den Bayreuther Festspielen 2008 am Sonntag (27.07.2008) Premiere. Foto: Bayreuther Festspiele/Enrico Nawrath dpa/lby (Veröffentlichung nur mit o.a. Urheberhinweis) +++(c) dpa - Report+++
Michael Volle como Beckmesser no 'Mestres-cantores' de Katharina WagnerFoto: picture alliance/dpa
ACHTUNG SPERRFRIST 25.07.2011, 16.00 Uhr - Elisabeth (Camilla Nylund) performing during a rehearsal of the opera 'Tannhaeuser' in Bayreuth, Germany (pictured on 15 July 2011). The 100th Bayreuth Festival opens on 25 July 2011. The one-month festival is Germany's most prestigious culture event and devoted to operas by Richard Wagner. Photo: David Ebener dpa/lby (ATTENTION: BLOCKING PERIOD! Do not use earlier than 25 July 2011, 16:00 CET)
Ensaio de 'Tannhäuser', direção Sebastian BaumgartnerFoto: picture alliance/dpa