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Empresas estão fugindo da Alemanha

Paulo Chagas28 de maio de 2003

É cada vez maior o número de empresas alemãs que transferem suas atividades para outros países. Com isso, a Alemanha perde anualmente 50 mil empregos.

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Infineon cogita transferir diretoria para a SuíçaFoto: AP

A produção no exterior é uma das conseqüências do processo de globalização da economia. As empresas tentam tirar vantagem dos custos de produção, que em outros países são mais baixos do que na Alemanha.

A Alemanha cobra impostos elevados e possui um sistema rigoroso de proteção social e legal dos trabalhadores. Tudo isso encarece a produção e, assim, produzir no exterior torna-se uma alternativa.

Na década de 90, transferiam-se sobretudo as atividades de produção propriamente ditas, nas quais o fator "salários" pesa no custo total. Mas atualmente, as empresas alemãs estão levando para fora também a administração e os setores de pesquisa e desenvolvimento.

Há cinco anos, um quinto das empresas alemãs tinha planos de mudar-se para o exterior; hoje esta procentagem aumentou para um quarto, conforme pesquisa realizada pela Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK) junto a dez mil empresas.

Europa do Leste e Ásia

Um exemplo concreto: a Infineon, subsidiária da Siemens e uma das maiores fabricantes de chips de tecnologia de ponta, ameaça transferir a sua diretoria para a Suíça. Na Suíça, os salários são tão elevados como na Alemanha, mas os impostos e encargos sociais são menores. Este plano da Infineon foi bastante criticado por políticos e empresários alemães.

Entretanto, os principais países a receberem firmas alemãs estão localizados na Europa Central e do Leste. O nível salarial desses países, que estavam do outro lado da ex-Cortina de Ferro, está bem abaixo do da Alemanha e Europa Ocidental.

Outra alternativa que vem conquistando terreno são os países asiáticos. No total, as indústrias alemãs empregam 2,4 milhões de pessoas no mundo inteiro.

Atrair empresas para a Alemanha

O fato de as empresas alemãs aproveitarem as vantagens da globalização para produzir com baixos custos no exterior não é em si um problema, afirma Martin Wansleben, diretor administrativo da DIHK.

O problema, na verdade, é que a Alemanha está deixando de ser um centro de produção para empresas estrangeiras. E para reverter esta situação é preciso reformas políticas.

Segundo Wansleben, a Agenda 2010 - o plano de reformas do chanceler Gerhard Schroeder -, é apenas um começo. Ele precisa ser complementado com outras medidas.

A perspectiva da Alemanha não é competir com os países de baixos salários, mas oferecer produtos inovadores, de alta tecnologia.