Parlamento ucraniano reelege primeiro-ministro
27 de novembro de 2014Um mês após as eleições legislativas, o Parlamento da Ucrânia, de maioria pró-europeia, realizou sua primeira sessão nesta quinta-feira (27/11) em Kiev, na qual o atual primeiro-ministro, Arseniy Yatsenyuk, foi reeleito para mais um mandato. A abertura dos trabalhos parlamentares contou com a presença do presidente ucraniano, Petro Poroshenko.
Com 341 votos dos 390 parlamentares presentes, Yatsenyuk, da Frente Popular, foi reeleito para a chefia de governo. Além disso, Vladimir Groisman, homem de confiança de Poroshenko, foi eleito como presidente do Parlamento. O novo gabinete de governo deve ser formado nos próximos dias.
A negociação da coalizão durou quase quatro semanas. Cinco dos seis partidos eleitos para o Parlamento integram o novo governo: o bloco pró-europeu de Poroshenko; a Frente Popular; o Pátria, da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko; o partido Autoajuda e o Partido Radical. A oposição é formada pelo bloco pró-russo do ex-presidente Viktor Yanukovytch.
Segundo observadores em Kiev, uma luta de poder entre Poroshenko e Yatsenyuk teria causado a demora na formação da coalizão. O desejo do presidente de nomear um primeiro-ministro de seu partido fracassou com o resultado das urnas.
A Frente Popular de Yatsenyuk recebeu 22% dos votos, ficando à frente do bloco do atual presidente, que ficou em segundo lugar, com 21% dos votos.
Mais de 25 assentos parlamentares permaneceram vagos após a eleição, porque suas regiões eleitorais estão em áreas controladas pelos rebeldes ou na Crimeia.
Grandes desafios
O Parlamento eleito em outubro inicia uma nova fase na instituição. Os grandes vencedores da eleição foram novos partidos criados há poucos meses. Pela primeira vez, há no Parlamento ucraniano uma maioria pró-europeia. Partidos pró-Rússia não foram eleitos, como o comunista, ou gozam de pouca representatividade, como o bloco do ex-presidente Viktor Yanukovytch.
O novo governo tem grandes desafios pela frente e a expectativa é grande. O novo Parlamento precisa, principalmente, "desmantelar o sistema administrativo corrupto e encerrar a guerra no leste da Ucrânia", afirmou o jornalista de Kiev Serhiy Rudenko à DW. Caso essas medidas não sejam tomadas, poderão acontecer novas eleições já em 2015.
Além disso, o país passa por uma forte crise econômica. Há meses a economia enfrenta recessão e a moeda nacional perde diariamente valor. Além disso, o deficit no orçamento ucraniano pode chegar a quase 10 bilhões de euros em 2014.
CN/dpa/afp/dw