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Em depoimento, Cunha faz queixas sobre presídio

8 de fevereiro de 2017

Ex-deputado afirma que detidos na Lava Jato correm riscos ao estarem misturados com condenados por crimes violentos, classifica processo como político e alega ter aneurisma.

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Eduardo Cunha
Foto: Getty Images/I. Estrela

Em seu primeiro depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, o ex-deputado Eduardo Cunha se queixou nesta terça-feira (07/02) das condições do presídio, onde está detido há quase quatro meses na região metropolitana de Curitiba, e alegou ter aneurisma.

Segundo a defesa do ex-deputado, as reclamações foram feitas numa carta, lida a Moro pelo próprio Cunha. "O presídio onde ficamos não tem a menor condição de atendimento se alguém passar mal. São várias as noites em que presos gritam, sem sucesso, por atendimento médico, e não são ouvidos pelos poucos agentes que lá ficam à noite", afirmou.

O ex-deputado disse ainda que ele e outros detidos na Lava Jato correm riscos na penitenciária, ao estarem misturados com condenados por crimes violentos. "Quero alertar que esse juízo também tem responsabilidade pela minha segurança", destacou.

Cunha alegou ainda ter aneurisma, o "mesmo mal" da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, destacou, aproveitando para prestar solidariedade à família da falecida esposa de Lula.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, Cunha afirmou que a Lava Jato é um processo político, pois não está punindo empresas estrangeiras envolvidas no esquema. "Falo com a autoridade de quem foi responsável pelo impeachment da ex-presidente da República para defender a legalidade do nosso país. Não é a minha prisão que vai me impedir de elencar minhas opiniões", ressaltou.

Após o depoimento, a defesa do peemedebista pediu a liberdade do ex-deputado numa ação protocolada na Justiça Federal de Curitiba.

Cunha é réu sob as acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele é acusado de ter recebido 5 milhões de reais em propinas pagas em contas secretas na Suíça, que teriam sido abastecidas com dinheiro desviado de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África.

Ele está preso desde 19 de outubro. O Ministério Público pediu sua prisão apontando que o ex-deputado poderia atrapalhar o andamento dos processos da Lava Jato e fugir do país. Em dezembro, Teori negou pedido para revogar sua prisão.

CN/ots