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Elizabeth 2ª é monarca europeia há mais tempo no trono

2 de junho de 2012

Elizabeth 2ª comemora Jubileu de Diamante como rainha. Mas não é a única há anos no poder. Em outros seis Estados do continente, rainhas e reis também exercem seus cargos: quase todos em idade de se aposentar.

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The Queen attends the Service of the Order of St.Michael and St.George at St.Paul?s Cathedral. The service will also be attended by The Duke of Kent who is the Grand Master of the Order Date:16.07.2008
Foto: picture-alliance/dpa

Entre os monarcas, Lilibeth, como é chamada pelos íntimos a soberana do Reino Unido, é a mais pomposa. A rainha e os outros 17 membros de sua família, que representam a Casa Real em ocasiões oficiais, são mundialmente conhecidos como a "empresa" real.

Rolf Seelmann-Eggebert, especialista em assuntos da realeza da emissora pública alemã ARD, vê aí um único motivo. "Trata-se da Casa Real que exibe o maior esplendor. Basta apenas imaginar quais dos atuais monarcas – com exceção da rainha – já foi visto com uma coroa na cabeça."

Há 60 anos no trono do Império Britânico, a rainha Elizabeth 2ª comemora, neste sábado (02/06), seu Jubileu de Diamante. Aos 86 anos, no entanto, ela não pensa em abdicar. "Ela é mais popular do que nunca", conta sua biógrafa Kate Williams. Aparentemente, pretende bater o recorde de sua bisavó, a rainha Vitória, que no século 19 reinou durante 63 anos.

Rainha Beatrix da Holanda cumprimenta Elizabeth 2ª por Jubileu de Diamante
Rainha Beatrix da Holanda cumprimenta Elizabeth 2ª por Jubileu de DiamanteFoto: picture-alliance/dpa

Sete reinos na Europa

A família real britânica não está sozinha na Europa. Na Noruega, Suécia, Dinamarca, Bélgica, Espanha e Holanda, os chefes de Estado também são reis. Eles herdam suas posições e não são eleitos, apesar de todos esses Estados serem democracias parlamentares.

A historiadora da realeza Monika Wienfort explica que as monarquias foram preservadas sempre onde, nos últimos 150 anos, a situação foi relativamente tranquila. "Onde não houve mudanças e nenhuma revolução no sentido clássico da palavra, onde as guerras mundiais tiveram um significado diferente, em todos esses lugares as monarquias continuaram a existir."

A Dinamarca é um bom exemplo, explica Wienfort. "Lá, a monarquia constitucional permanece, porque não há, acredito, uma maioria na sociedade para que ela seja abolida." Isso também vale para o Reino Unido. Numa recente pesquisa de opinião, cerca de 80% dos súditos se pronunciaram a favor de que corte, coroa e rainha sejam mantidos, a qualquer custo.

"Também não é de se esperar que essas revoluções ainda eclodam numa Europa unida. Por isso, as monarquias têm boas chances de continuar a existir", diz a historiadora da realeza.

Monarchen Treffen bei der Queen
Encontro de monarcas em almoço oferecido pela rainha britânica em maio últimoFoto: Reuters

Monarquias mais antigas que repúblicas

Segundo Monika Wienfort, com séculos de tradição, a forma natural de Estado na Europa é a monarquia. A única república com idade significativa seria a Suíça, explica. Todos os outros países assumiram somente há algumas décadas o regime republicano. Na Espanha, a monarquia foi apenas interrompida pela ditadura fascista de Franco. Desde 1975, ali reina Juan Carlos 1°, cujo casamento está agora em crise depois de vários escândalos.

Na Bélgica, a monarquia foi reinstaurada em 1830, quando surgiu o novo Estado. Até hoje, a Casa Real, liderada por Alberto 2°, é o elo decisivo para o Estado formado por dois grupos étnicos em conflito, os flamengos e os valões. Diferentemente de sua colega britânica, Alberto 2° não aparece com tanta frequência em público e permanece, na maioria das vezes, calado. Na Holanda, o trono é ocupado pela rainha Beatrix. Ela foi casada com o alemão Claus von Amsberg, falecido em 2002.

Na Dinamarca, a casa Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg governa o país desde 1448. Assim, a rainha Margrethe 2ª representa atualmente a dinastia mais antiga na Europa. A artista talentosa e fumante assumida mostra-se sempre próxima ao povo. Na comemoração do jubileu de 30 anos no trono, em 2002, Margrethe disse sobre si mesma que aprendera muito no cargo. "Acho que encontrei meu equilíbrio Talvez tenha me tornado mais aberta, também mais crítica. Acho ambos muito importantes: ser tolerante, mas não se deixar intimidar."

Großbritannien Königshaus Kate und William Hochzeit 29.04.2011
Casamento de Kate e William: grande atenção públicaFoto: dapd

"Alemã" ou "brasileira": a rainha Sílvia

A Noruega é governada por reis desde a Idade Média, mas durante muito tempo, a partir de 1370, eles vieram de outro país. Até 1905, a Noruega pertencia constitucionalmente à Suécia. Então um neto do rei dinamarquês assumiu o trono da Noruega. Somente com Harald 5°, a partir de 1991, um rei realmente nascido no país se tornou rei da Noruega.

Na Suécia, o rei Carl 16 Gustaf assumiu o trono em 1973. Ele é casado com uma alemã, Silvia Sommerlath, cuja mãe era brasileira. Por esse motivo, os leitores alemães de tabloides gostam de chamar Silvia da Suécia de "sua" rainha.

Todos parentes uns dos outros

Todos esses reis e rainhas chegaram à idade de aposentadoria. Com 66 anos de idade, o mais novo é Carl 16 Gustaf na Suécia. Em todas as monarquias europeias, ocorrerá uma mudança de geração nos próximos 10 a 20 anos. Todas dispõem de herdeiros do trono – o futuro está garantido. No entanto, não se casa mais, como antes, entre príncipes e princesas, preferindo-se os assim chamados "burgueses".

A especialista Monika Wienfort justifica essa tendência pelo fato de dinastias se apresentarem, atualmente, como próximas ao povo. Além disso, príncipes e princesas, que frequentam na maioria das vezes universidades comuns, forçosamente conhecem e se apaixonam por pessoas que não pertencem à aristocracia.

No passado era comum casar-se somente entre si, especialmente por razões de manutenção do poder. Isso fez com que as famílias reais, reis e rainhas fossem todos aparentados. A maioria dos monarcas europeus vem hoje das casas Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, ou Sachsen-Coburg-Gotha.

Mesmo a rainha Elizabeth 2ª tem sangue alemão nas veias. Somente após a Primeira Guerra Mundial o nome de família dos reis britânicos foi transformado de Sachsen-Coburg-Gotha para o fictício "Windsor".

Thronjubiläum Queen Elizabeth II
Jubileu do trono de Elizabeth 2ª é festejado por britânicosFoto: picture-alliance/dpa

"Coisas normais"

Na Alemanha, após a derrota na Primeira Guerra Mundial, o imperador Guilherme 2° teve de abdicar, dando lugar à recem-criada república. No entanto, são justamente os alemães fãs fiéis das casas reais europeias. Através dos tabloides e dos programas de TV sensacionalistas, milhões de pessoas participam da vida privada e dos escândalos da realeza.

"Procura-se uma família no comando do Estado com grande potencial de identificação", afirma a historiadora Wienfort. "Eles fazem, na verdade, coisas normais. Casam, têm filhos, morrem. Mas fazem isso publicamente e com muita pompa. Quando é que se vê, afinal de contas, uma carruagem, um palácio, roupas fantásticas? Claro, isso se faz para ser visto."

Em termos meramente constitucionais, existe ainda na Europa uma monarquia absoluta sem parlamento e sem jurisdição própria. No Vaticano, o líder da Igreja Católica exerce poder absoluto sobre questões não espirituais. No entanto, o papa chega à sua posição através de uma eleição e não por herança.

Além dos reinos, existe na Europa uma série de pequenos principados – por exemplo, Andorra, situado entre a Espanha e a França. Ele é governado por dois chamados copríncipes. Um deles é o Bispo de Urgel e o outro, o presidente francês, François Hollande.

Autor: Bernd Riegert (ca)
Revisão: Augusto Valente