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Eleição local confirma crescimento dos verdes na Alemanha

14 de setembro de 2020

Pleito no estado mais populoso alemão tem partido de Merkel como mais votado, mas mostra ascensão da legenda ambientalista. Votação é considerada termômetro para política do país, que em 2021 escolherá novo chanceler.

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Verdes festejaram em Colônia resultado obtido nas eleições
Verdes festejaram em Colônia resultado obtido nas eleiçõesFoto: Imago Images/E. Bopp

Os eleitores do estado mais populoso da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestfália, foram às urnas no domingo (13/09), em eleições municipais que confirmaram algumas tendências: o partido da chanceler federal Angela Merkel segue forte, o Partido Verde está em ascensão, e os social-democratas continuam seu declínio.

A conservadora União Democrata Cristã (CDU) obteve, no cômputo geral de votos, 3,2 pontos menos que no pleito estadual de 2014, mas se manteve como o partido mais popular no estado, com 34,3% de apoio nas urnas.

O Partido Social-Democrata (SPD), que tem na região oeste da Alemanha um bastião eleitoral histórico, enfrentou mais um duro revés. A legenda, que já havia perdido o governo estadual para a CDU de Merkel em 2017, caiu de 31,3% para 24,3%.

Já o Partido Verde praticamente dobrou sua votação: a legenda ambientalista saltou dos 11,8% de 2014 para 20% neste ano, confirmando uma tendência em nível nacional.

No ano passado, nas eleições para o Parlamento Europeu, em que todos os eleitores alemães estavam aptos a votar, os verdes obtiveram mais de 20% dos votos. Foi o melhor resultado em nível nacional da legenda, que saiu então como segunda força da política alemã.

Armin Laschet: aspirante a sucessor de Merkel
Armin Laschet: aspirante a sucessor de MerkelFoto: picture-alliance/dpa/F. Gambarini

O partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) ganhou 6% dos votos, um crescimento em relação aos 2,6% de 2014.

Termômetro para eleição nacional

Mais de 14 milhões de eleitores estavam convocados a votar, e cerca de 50% compareceram. As eleições foram as mais importantes do ano na Alemanha e são consideradas um termômetro para a política nacional. No ano que vem, o país terá eleições legislativas, e Merkel já anunciou que não tentará um novo mandato como chanceler federal.

Um dos aspirantes a sucessor de Merkel na CDU é justamente o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet. Ele festejou o resultado do partido como uma validação da moderação adotada pelo seu governo durante a pandemia.

Laschet foi um dos principais defensores de relaxar as restrições sociais durante a pandemia e enfrentou críticas por isso. Muitos políticos conservadores adotaram uma abordagem mais cautelosa em outros estados, como Markus Söder, governador da Baviera e também aspirante a suceder Merkel.

Os social-democratas, parceiros de coalizão de Merkel no governo nacional, aparentemente não colheram frutos do recente anúncio de Olaf Scholz, atual vice de Merkel e ministro das Finanças, como seu candidato em 2021. Seus líderes declararam os resultados uma decepção, mas minimizaram seu significado.

Desde 2013, o SPD governa em "grandes coalizões" com o bloco conservador formado pela CDU de Merkel e pela União Social Cristã, ramificação bávara dos conservadores. 

Mas depois de um resultado historicamente baixo nas eleições gerais de 2017, quando o partido obteve apenas 20,5% dos votos nacionais, houve uma intensa pressão da base de membros do partido para não unir forças com Merkel mais uma vez.

Foi somente após o colapso das negociações de Merkel com os liberais do partido FDP e o Partido Verde, no final de 2017, que a liderança do SPD optou por ajudar a chanceler a formar um novo governo. Para críticos, os anos passados à sombra de Merkel prejudicaram a legenda.

RPR/ots