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Eleições na Líbia adiadas por motivos técnicos

11 de junho de 2012

Eleições realizam-se em 7 de julho, 18 dias depois do planejado, devido a problemas de logística. Representantes do Tribunal Penal Internacional viajam ao país, pedindo libertação de delegação que foi presa.

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Cartaz eleitoral em Tripoli, na Líbia
Foto: DW

As eleições para escolher os 200 deputados da Assembleia Nacional líbia – as primeiras em seis décadas – estavam inicialmente previstas para 19 de junho. Contudo, o presidente da comissão eleitoral do país, Nuri al-Abbar, explicou que houve dificuldades logísticas nos preparativos para a eleição. A tarefa de organizar o escrutínio tem sido particularmente difícil porque, no país, "não se realizam eleições há meio século". A nova data estipulada para a votação é 7 de julho próximo.

Segundo a agência de notícias Reuters, Al-Abbar afirmou que nunca planejara um adiamento, mas demoraram mais tempo do que o previsto o registro eleitoral e a investigação do passado dos candidatos, para verificar que não estão ligados ao ex-líder líbio Muammar Kadhafi. "Quero apenas assegurar que as eleições sejam transparentes", disse.

60 anos sem eleições

O antigo líder líbio, Muammar Kadhafi, eliminou as eleições diretas durante seu mandato de 42 anos. A última eleição nacional multipartidária realizou-se em 1952.

Grande afluência: mais de 2,7 milhões de líbios já se registraram para as eleições
Mais de 2,7 milhões de líbios já se registraram para as eleiçõesFoto: DW

Desde o início da revolta popular na Líbia, em fevereiro de 2011, que levou à queda de Kadhafi, o país tem sido governado por um Conselho Nacional de Transição, que não foi eleito. A Assembleia Nacional líbia a ser eleita terá a tarefa de vigiar o governo e elaborar uma nova Constituição, entre outras funções.

A comunidade internacional vê na data um marco importante. As eleições são consideradas um passo fundamental na transição do país para a democracia.

Tribunal Internacional envia nova equipe

Neste meio tempo, intensifica-se o cabo-de-força entre a Líbia e o Tribunal Penal Internacional (TPI) quanto ao julgamento do filho capturado de Muammar Kadhafi.

Neste domingo (10/06) chegou à Líbia uma nova equipe do TPI, para pedir a libertação de um grupo de quatro membros da corte que fora detido ao tentar visitar Saif al-Islam. O filho do antigo líder líbio foi capturado em novembro passado na cidade de Zintan, encontrando-se sob a custódia de forças revolucionárias, desde então. De acordo com as milícias, um elemento do grupo do TPI transportava documentos suspeitos endereçados a Saif al-Islam. A equipe detida estaria ainda sob investigação.

Saif al-Islam é acusado pelo Tribunal Penal Internacional de crimes contra a humanidade
Saif al-Islam é acusado pelo TPI de crimes contra a humanidadeFoto: dapd

O filho do ditador morto em outubro de 2011 é procurado pela corte internacional por crimes cometidos durante a revolta popular no país. O governo da Líbia tem-se mostrado renitente e se negado a extraditá-lo, alegando querer que ele seja julgado no país.

No entanto, o Tribunal Penal Internacional está preocupado com as condições de detenção de Saif al-Islam. Organizações de direitos humanos duvidam que o sistema judicial da Líbia possa atender aos padrões do direito internacional. A Anistia Internacional declarou: "Um julgamento injusto diante de um tribunal líbio, onde o acusado estaria exposto à pena de morte, não é a maneira de se garantir a justiça e a atribuição de responsabilidade".

GCS/rtr/dpa
Revisão: Augusto Valente