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Ecclestone paga 100 milhões de dólares, e Justiça alemã arquiva processo

5 de agosto de 2014

Chefe da Fórmula 1 encerra assim batalha judicial por acusação de suborno. Promotoria diz que idade do réu, duração do processo e falta de provas explicam a decisão.

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Foto: picture-alliance/dpa

Com o pagamento de 100 milhões de dólares, o chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, conseguiu o arquivamento do processo que respondia por suborno. O promotor Christian Weiss anunciou na manhã desta terça-feira (05/08) que a proposta feita pelo réu seria aceita, e, mais tarde, o Tribunal Regional de Munique confirmou a decisão.

Como explicação para concordar com o arquivamento do processo, a promotoria pública citou a idade avançada de Ecclestone, de 83 anos, a longa batalha judicial, além dos resultados da verificação das provas apresentadas no processo. Segundo os promotores, seria difícil provar a culpa de Ecclestone no caso.

Ao ser questionado pelo juiz Peter Noll se conseguiria juntar o montante em tempo razoável, Ecclestone respondeu que sim e garantiu que os 100 milhões seriam transferidos dentro de uma semana. É o maior valor já pago por um réu para o arquivamento de um processo na Alemanha.

O valor da chamada pena pecuniária se orienta pelo patrimônio do acusado, e, portanto, é mais alta no caso de Ecclestone do que num processo normal. O advogado de Ecclestone, Sven Thomas, fez questão de destacar esse aspecto. "Isso não é um acerto, e não tem nada que ver com comprar a liberdade."

Formel 1 Chef Bernie Ecclestone Bestechungsprozess Richter 5. August
Juiz Peter Noll (centro) concordou com o pagamento de 100 milhões de dólares para arquivar o casoFoto: Reuters

Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, o chefão da Fórmula 1 pretende transferir os 100 milhões de dólares (75 milhões de euros) aos cofres públicos e ofereceu outros 25 milhões de euros para o Bayern LB, o banco estatal da Baviera, que ele classificou como "vítima" nesse caso.

Desde o final de abril, Ecclestone respondia pelas acusações de ter subornado o ex-diretor do Bayern LB Gerhard Gribkowsky, ao qual teria pagado 44 milhões de dólares, em 2006, para garantir que o seu poder na Fórmula 1 ficasse intocado.

Na época, o Bayern LB vendeu a sua participação na principal categoria do automobilismo mundial ao fundo de investimento britânico CVC, que já havia deixado claro que gostaria de manter Ecclestone como diretor da Fórmula One Group, que administra a competição. Gribkowsky teria defendido a venda.

Porém, segundo a avaliação de observadores dos até então 20 dias de audiências em Munique, as acusações não conseguiram ser comprovadas pela promotoria, levando à concordância com o pagamento dos 100 milhões de dólares.

Gerhard Gribkowsky
Gerhard Gribkowsky, ex-diretor do Bayern LB, foi condenado a oito anos e meio de prisão em 2011Foto: picture alliance/dpa

Os críticos consideram o pagamento da pena por Ecclestone como uma tentativa imoral de comprar sua liberdade.

Depois do arquivamento deste processo, Ecclestone é oficialmente declarado inocente e pode continuar chefiando a Fórmula 1, que ele conduz há quase 40 anos e transformou num negócio multimilionário. Para a Justiça, a vantagem é evitar uma longa batalha judicial. Já Gribkowsky foi condenado a oito anos e meio de prisão pelo mesmo caso.

PV/afp/dpa/sid/rtr