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Dos Beatles a Britney: a "Bravo" chega aos 50

Elisa Ung (em)10 de setembro de 2006

A revista juvenil mais popular da Alemanha celebra meio século de estrelas, fofocas e orientação sexual.

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Capa da primeira edição da revista 'Bravo', em 1956

As capas da Bravo refletem o gosto das gerações de adolescentes desde seu lançamento, no dia 26 de agosto de 1956. De Elvis Presley aos Beatles, de Britney Spears à banda alemã Tokio Hotel, a revista forneceu ao seu público as fotos e as fofocas que ele tanto esperava.

A revista sempre gostou de provocar. Em 1959, ela lançou pela primeira vez uma série de fotos que, depois de algumas semanas, podiam ser juntadas e transformavam-se em um pôster tamanho real de Brigitte Bardot, que vestia um minúsculo pedaço de pano. Esse foi o primeiro starschnitt (pôster dividido em partes a serem montadas como um quebra-cabeça).

A reação foi de censura imediata em várias partes da Alemanha, mas logo foram lançadas outras montagens com outras estrelas.Em 1969, em plena revolução sexual, a Bravo quebrou outro tabu dando início à coluna de conselhos amorosos e sexuais do Dr. Sommer.

A Bravo era cobiçada por muitos na comunista Alemanha Oriental, onde publicações do Oeste eram proibidas. O consultor berlinense Siegfried Ulrich, 56 anos, que cresceu na RDA, lembra- se que em 1966, quando ainda estava no colégio, conseguiu ler a Bravo porque se sentava ao lado do filho de um diplomata búlgaro que conseguia algumas cópias.

Entretanto, colecionar pedaços suficientes para compor a fotografia em tamanho real provou ser uma tarefa difícil. "Duvido que alguém no Leste tenha tido tanta sorte e conseguido completar seus pôsteres favoritos", disse Ulrich.

Elvis trouxe a música

A Bravo começou como uma revista de filmes para adultos, com Marilyn Monroe estampada na capa da primeira edição . Mas logo adolescentes começaram a ler as revistas de seus pais, e então, em 1957, ela se deu o título de "A revista de coração jovem".

A popularidade fenomenal de Elvis Presley logo trouxe um foco mais musical à revista, que chegou a patrocinar um tour dos Beatles na Alemanha. Mais tarde, todas as grandes estrelas norte-americanas e as bandas alemãs populares foram assunto na revista.

A circulação geral da Bravo pulou para 1,7 milhão depois da reunificação da Alemanha no início dos anos 90, quando muitos leitores adultos passaram a ler a revista no Leste, de acordo com o vice editor-chefe da revista, Alex Gernandt.

Mas a concorrência de outras revistas especializadas, da internet, e até mesmo dos celulares fez a tiragem baixar para 600 mil exemplares semanais.

Os editores da Bravo dizem que cada revista é passada adiante em média três vezes, garantindo-lhes um público leitor de aproximadamente 1,8 milhão.

Conseguir que os adolescentes leiam

Gernandt disse que é um desafio constante competir pelo dinheiro dos jovens alemães, um público diferenciado e muito viajado.Ele diz ainda que "o maior concorrente da Bravo não é uma nova revista e sim os telefones celulares. Sao neles que os jovens gastam seu dinheiro".

BdT: Der Papst in der BRAVO
O papa Bento 16, também um 'popstar' com pôster dentro da revista 'Bravo'Foto: AP

Para poder competir com outras revistas especializadas, a Bravo inaugurou versões como Bravo Girl, Bravo Sport e Bravo Screen Fun. Ela também tem edições no Leste Europeu e um site interativo na internet.

"Bravo é um reflexo da cultura popular e da cultura jovem em geral",disse Antje Pfeffer, do Arquivo da Cultura Jovem de Berlim. Ela publicou um livro sobre os 50 anos da revista. "Se existe uma estrela que está na crista da onda, ela aparecerá com certeza na Bravo."